O caso dos 17 activistas angolanos que deve acontecer o seu epílogo na primeira instância na próxima segunda-feira, 28, quando o juiz Januário Domingos José ler a sentença continua a provocar reacções em Luanda.
É que o julgamento criou casos paralelos que suscitam questões sobre o futuro da justiça no país.
O advogado de defesa de três activistas, David Mendes, foi transformado em declarante, o que o obrigou a abandonar o julgamento.
Depois, o também advogado de defesa Walter Tondela vai responder a um processo-crime por ter chamado a atenção ao tribunal quando introduziu o crise de associação de malfeitores nas alegações finais.
Por outro lado, os declarantes que não compareceram ao tribunal por não terem sido notificados formalmente foram transformados em arguidos e vão responder à justiça.
José Patrocínio, da associação cívica Omunga é peremptório ao afirmar que sistema só será diferente com a mudança do actual poder politico.
“Isso tudo apenas vem provar que temos um sistema judicial não só doente como é uma ameaça para nós”, disse aquele activista.
Nélson Pestana Bonavena, jurista e professor universitário, por seu lado, considera que a justiça angolana está refém ao poder político.
“O poder politico faz aquilo que bem entender” acusou Pestana, para quem “isso nada tem a ver justiça”.
O analista político condena também a troca da acusação no momento das alegações finais e afirma que justiça angolana depende do futuro poder político angolano.