O Presidente João Lourenço é, terça-feira, 24, o primeiro chefe de estado dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOPs) a discursar na Assembleia Geral da ONU que se inicia hoje, terça-feira.
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A primeira sessão será aberta, como é tradição, pelo Brasil, seguindo-se os Estados Unidos naquele que será o adeus do Presidente Joe Biden, pois no próximo ano haverá outro presidente no seu lugar.
Da lista matinal de oradores fazem parte dois outros chefes de Estado africanos, nomeadamente a África do Sul (o primeiro líder africano a falar) e a Serra Leoa.
Para além dos discursos formais na Assembleia Geral, as dezenas de chefes de estado e governo presentes em Nova Iorque, EUA, participam também em encontros paralelos aos mais diversos níveis. Terça-feira, por exemplo, estão previstos encontros dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos Países Não Alinhados numa reunião que se deverá prolongar durante todo o dia.
Ontem o presidente João Lourenço presidiu a uma reunião da Organização dos Estados de África, Caraíbas e Pacífico (OEACP), na qualidade de presidente da organização.
A respeito, a reunião adoptou uma Declaração a manifestar ampla solidariedade para com o povo haitiano, merecedor - nas palavras do Presidente em exercício da OEACP, João Lourenço - de um "apoio tangível” e de "ter ao seu lado todos neste momento de necessidade”.
"A gravidade da crise do Haiti exige uma acção imediata e coordenada, não apenas em palavras, mas em acções”, disse também João Lourenço.
ONU em impasse para apoiar o Haiti
Uma força multinacional liderada pelo Quénia está atualmente no Haiti para tentar restabelecer a ordem. Numa conversa com jornalistas, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Canadá (um dos principais financiadores da força) disse aceitar a necessidade de essa força ser aumentada, embora não tenha especificado de que país poderão partir mais polícias ou soldados.
Por outro lado, fontes diplomáticas dizem que, neste momento, será dificil que o Conselho de Segurança aprove uma missão da ONU devido à oposição da China.
No seu discurso, segunda-feira, perante os membros da OEACP, Joao Lourenço disse que este bloco confronta-se com dificuldades financeiras e institucionais, avisando que se esses “desafios” não forem resolvidos a organização poderá deixar de ter qualquer significado.
O Presidente do Botswana foi escolhido para chefiar um processo de captação de recursos financeiros para a organização.
No discurso perante a Assembleia Geral da ONU, o Presidente João Lourenço deverá abordar, entre outras questões, a guerra no Congo Democrático onde Angola está a tentar mediar o fim do conflito.
A reunião decorre numa altura de grandes tensões internacionais, que se refletem em crescentes dificuldade dos países concordarem com planos de ação para diversas crises.
Fontes diplomáticas na ONU disseram que tentativas do Conselho de Segurança aprovar uma missão para o território estão a encontrar dificuldades por oposição da China.
Várias fontes disseram que a Rússia planeia bloquear planos para se imporem sanções ao Sudão, enquanto a Russia e a China opõem-se à aprovação de um novo tratado sobre crimes contra a humanidade.