O Presidente angolano manifestou a convicção de que a mini-cimeira da Conferência Internacional para a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), realizada nesta terça-feira, 20, em Luanda, lançou as bases “para o estabelecimento de uma paz e estabilidade política e social” na República Centro Africana (RCA), na sub-região dos Grandes Lagos e na África Central.
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João Lourenço fez estas declarações no encerramento da mini-cimeira de Chefes de Estado e seus representantes da CIRGL, que analisou a situação política e de segurança na RCA.
O Chefe de Estado angolano afirmou que o encontro foi uma oportunidade para os dirigentes reiterarem a sua rejeição aos conflitos armados permanentes “que diluem o nosso tecido social, destroem as infraestruturas e criam instabilidade política e económica no nosso continente”.
Para João Lourenço,“esta é uma oportunidade que as partes não devem desperdiçar” e assegurou que “muitos outros passos devem surgir”.
O Presidente destacou o papel de Angola e da República do Chade na persuasão dos líderes das facções rebeldes para renunciarem à luta armada como via para dirimir diferenças, seja de que natureza forem.
“Foi possível demonstrar-lhes que o recurso à guerra não favorece a solução genuína de objectivos políticos, cujos efeitos vão muito para além do fim efectivo do conflito”, afirmou o estadista angolano.
Lourenço assegurou que agora os países da CIRGIL estão em condições de definir um quadro “no âmbito do qual se deve pôr em acção os mecanismos de implementação dos entendimentos alcançados com a oposição armada que aceitou abandonar a via da guerra para participar na materialização de um processo sério de desarmamento, desmobilização, reinserção e reintegração”.
Analista defende "solução interna" dos conflitos
Esta é a segunda vez, em menos de três meses, que os líderes da CIRGIL reúnem-se na capital angolana para analisar a situação na RCA, país que vive um período de violência sectária entre grupos muçulmanos e milícias cristãs.
Em conversa com VOA, o analista político Tunga Alberto insiste “na solução interna” para a solução dos conflitos em África ao invés do recurso à ajuda dos líderes países da região dos Grandes Lagos.
“Que os líderes africanos tenham a coragem de consultar os poderes tradicionais, as igrejas e organizações da sociedade civil para a solução dos problemas internos”, defende.
Convocada pelo Chefe de Estado angolano, na qualidade de presidente em exercício da CIRGL, a mini-cimeira reuniu os Presidentes da República Centro Africana, Faustin Touaderá, do Rwanda, Paul Kagame, e da República do Congo, Denis Sassou Nguesso.
Estiveram igualmente presentes representantes da República do Sudão, dos Camarões e da República Democrática do Congo.
A representação do Chade acabou por não viajar à capital angolana devido à morte, hoje, do Presidente Idriss Deby, que foi homenageado com um minuto de silêncio no final da mini-cimeira de Luanda.
Dennis Sassou Nguesso não terminou a reunião tendo regressado ao seu país mais cedo alegando motivo de agenda.