João Lourenco "chocado" com relatório sobre desvio de fundos

PR diz que Estado vai reaver fundos desviados de obras públicas

É “chocante e repugnante” o Estado angolano ter perdido quase cinco mil milhões de dólares em contratos com companhias angolanas “que beneficiaram uma elite muito restrita”, disse o Presidente angolano, João Lourenço, nesta quinta-feira, no Lobito, Benguela.

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João Lourenço chocado com relatorio sobre desvio de fundos do estado -2:05

Ele acrescentou que o Executivo vai assim iniciar “nos próximos dias” os mecanismos legais para o Estado reaver “o património e os activos que lhe pertencem”.

João Lourenço falava apos uma reunião do Conselho de Ministros em que em análise esteve, para além de outros assuntos, o resultado de um inquérito multi-sectorial mandado instaurar por ele em Dezembro do ano passado.

Não foram revelados os nomes das empresas envolvidas, nem como o Estado tenciona reaver o que diz foi desviado.

O Presidente afirmou apenas que se trata de “alguns dos grandes grupos privados da nossa praça”.

"No essencial, o trabalho está concluído e em posse do Executivo, sendo o conteúdo do relatório, permitam-me dizê-lo, no mínimo chocante e repugnante", frisou.

Lourenço aludiu à possibilidade fazer uso da lei sobre o repatriamento coercivo de capitais para reaver o que alega ter sido desviado do Estado.

"Passados que são três meses [desde o final do prazo do prazo para o repatriamento dos capitais ilegais], estamos empenhados a trabalhar nesta direcção, com o concurso dos cidadãos que denunciam, dos competentes serviços de investigação, do Ministério Público e dos tribunais, que intervirão quando chegar o momento", referiu João Lourenço.

Entretanto, o ministro da Justiça, Francisco Queiróz, recusou-se a dizer quais os passos concretos que o Governo vai tomar.

“É melhor aguardar que as coisas evoluam e depois a sociedade há de saber o que fazer”, recomendou.

Interrogado sobre as companhias envolvidas na fraude, Queiroz adiantou que “haverá um momento em que isso será anunciado de forma mais circunstanciada”