Os jovens mucubais manifestam-se revoltados com a usurpação das suas terras no Muhombo, Giraul de cima, localidade que dista nove quilómetros da cidade do Namibe.
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Paulão, um dos porta-vozes dos jovens mucubais, diz ter chegado o momento de se colocar um basta à forma como o partido no poder tem usado as comunidades mucubais desde 1975 como instrumento politico.
“O Governo e o MPLA prometeu-nos furos de água e até hoje nunca cumpriu a promessa, o povo na nascente, no Caraculo, consome água verde, imprópria para o consumo, no Mucungo, na fazenda do senhor Canuto, branco e amigo do governador, os mucubais são maltratados, matam animais das comunidades e ninguém diz nada. Hoje, como se não se bastasse, instalaram o estaleiro da ponte sobre rio Giraul, nas terras dos meus pais e, além de não cumprir o compromisso de deixar um furo de água, o administrador Municipal João Guerra ficou com nossa lavra”, acusou.
Paulão, que diz ser o mais visado, esclarece que no caso de persistência dos abusos que se assistem naquela localidade e noutras zona, tal como os seus antepassados o fizeram, vão lutar até à morte, se necessário for, visando o resgate da dignidade do autóctone mucubal vilipendiado, na sua própria terra, pelas autoridades governamentais.
“Vamos pegar em catanas, pedras e porrinhos em direcção ao Governo da província”, ameaçou Paulão.
As autoridades governamentais negaram prestar qual informação, mas a Casa-CE e algumas organizações da sociedade civil já tiveram contacto com as comunidades e prometem tomar uma posição em breve.