O Presidente angolano voltou a criticar a suposta ingerência externa nos assuntos do país visando criar instabilidade política interna e garantiu a independência dos Tribunais, o respeito do seu governo dos direitos humanos e de participação livre dos cidadãos em actividades políticas e associativas.
Na mensagem dirigida ao país por ocasião dos 40 anos de Independência através da televisão pública à zero hora desta quarta-feira, José Eduardo dos Santos reiterou a legitimação do poder político através de eleições livres, periódicas e multipartidárias, baseadas no sufrágio universal.
“Hoje a política é feita por meios pacíficos e democráticos. Na política não vale tudo. Ela pressupõe o respeito pelo próximo, pelos princípios éticos, morais e cívicos. Felizmente, na luta política pacífica e democrática surgiu uma Constituição moderna ajustada à nossa realidade e que indica como devemos organizar o Estado, a sociedade e a economia”, disse.
O estadista angolano não se referiu aos jovens acusados de preparação de um golpe de Estado para o tirar do poder, mas garantiu que o seu Governo tem feito tudo para oferecer à juventude cada vez mais oportunidades de crescimento pessoal e profissional.
Mas mesmo assim, José Eduardo dos Santos criticou os jovens de quererem “ tudo resolvido de um dia para o outro”.
“Assim foi em todas as gerações anteriores. Somos um país independente, respeitado e admirado por muitos por causa do bom trabalho do seu Povo e da sua juventude, em particular. Temos que continuar a transformar a energia e o dinamismo da juventude em alavanca para continuarmos a construção de uma Nação mais próspera, feliz e justa”, afirmou.
Santos considerou que o país não pode estruturar o sistema económico nacional sem a acumulação primitiva de capital por parte de grupos económicos angolanos conscientes e fortes e sublinhou que tal não deve ser confundido com a corrupção.
“Há quem pretenda confundir deliberadamente este exercício de promoção e defesa do interesse nacional com a promoção da corrupção para enfraquecer o nosso país, porque sabe que a acção contra a corrupção é conduzida por outros meios", reiterou, para adiantar que “aos angolanos não podem ser só reservados espaços ao nível das micro, pequenas e médias empresas e dos negócios financeiros. Têm também de ganhar terreno nos mercados globais e procurar competir a seu tempo de igual para igual”, disse.
O Presidente angolano disse que 40 anos depois da Independência 60 por cento dos angolanos têm acesso à água potável e à energia eléctrica e que esta percentagem tende a aumentar.