Uma vigília com a presença de dezenas de jornalistas em frente à sede da Rádio Capital FM, em Bissau, marcou nesta quinta-feira, 6, o início da campanha Zero Tolerância, promovida pelo Sindicato dos Jornalistas e Técnicos da Comunicação Social Guiné-Bissau (Sinjotcs) em protesto ao assalto às instalações daquela rádio privada a 26 de julho.
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O órgão também anunciou que vários meios de comunicação social aderiram à iniciativa do “dia do silêncio”, hoje, durante o qual não veiculam qualquer tipo de notícias, reportagens ou programas.
“Com a Zero Comunicação pretendemos mostrar que o setor da comunicação social é vital para o desenvolvimento do país e pedimos para que se mantenham em silêncio durante o dia de hoje para mostrarmos o nosso desagrado com o que se está a passar no setor”, afirmou o secretário-geral do sindicato, Diamantino Domingos Lopes.
A vigília visa, segundo Lopes, “protestar contra os acontecimentos na rádio, uma grave violação da liberdade de expressão” e com ela o Sindicato pretende “pressionar as autoridades competentes na matéria para agir no sentido de traduzir à justiça os responsáveis”.
O sindicato tinha dado um prazo até ontem para a Polícia Judiciária apresentar os responsáveis do assalto, o que não aconteceu.
As instalações da Rádio Capital FM, uma estação privada com sede em Bissau, foi assaltada na madrugada do dia 26 de julho por homens armados não identificados que trajavam uniformes da Guarda Nacional e que destruíram equipamentos e deixaram praticamente em ruína os estúdios e instalações da estação.
O ataque foi condenado por vários setores, do Presidente e Governo à oposição, do sindicato e Ordem dos Jornalistas a organizações não governamentais, como o Comité de Proteção dos Jornalistas, e pelo P5, o grupo integrado pela CEDEAO, a União Africana, Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, União Europeia e Nações Unidas.
Sem emissão através das antenas, os jornalistas da Capital FM têm estado a transmitir programas através da sua página no Facebook.