Os jornalistas angolanos vão poder fazer a cobertura das sessões parlamentares nas galerias da Assembleia Nacional e não na tradicional sala sem acesso ao hemiciclo.
A garantia foi dada pelo ministro da Comunicação Social, João Melo, numa mensagem colocada na sua conta oficial no Twitter, e surge depois de o Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) ter feito um apelo ao boicote da cobertura da sessão plenária da próxima quinta-feira, 18 de Janeiro, em protesto contra as limitações e condições de trabalho no parlamento.
"As condições de trabalho para os jornalistas no Parlamento angolano são dignas e idênticas às de outros parlamentos", afirmou João Melo, esclarecendo que "vão poder sentar-se nas galerias para assistir às sessões abertas", mas, "não poderão andar pelo hemiciclo".
Entretanto, o sindicato e a administração do Paramento reuniram-se hoje e, segundo fonte da VOA, encontraram uma saída à situação.
Amanhã, o sindicato vai se pronunciar sobre o tema em conferência de imprensa.
Deputados da oposição apoiam jornalistas
Alguns deputados da oposição apoiam as reivindicações dos profissionais da comunicação.
"Aquela salinha improvisada no rés-do-chão da Assembleia Nacional é um engodo, não é correcto, muitas vezes a emissão chega à salinha dos jornalistas com censura”, diz o líder da bancada parlamentar da UNITA.
Adalberto da Costa Júnior lembra a manifestação do seu partido contra o antigo Presidente da República no Parlamento, que “os jornalistas não viram e, por isso, apelamos a Assembleia a acabar com isto".
Outro deputado, Makuta Nkondo, da CASA-CE, considera que “esse sistema montado na Assembleia Nacional para os jornalistas é um sinal da ditadura que caracteriza este regime, é um sinal de falta de liberdade de expressão e de imprensa, um estilo estalinista e comunista, o Parlamento não trata de questões de segredo de Estado, discute assuntos que interessam a sociedade e por isso não faz sentido as pessoas não saberem o que se trata la dentro".
Ouça a reacção dos deputados:
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