Dias depois de a organização não-governamental Freedom House ter divulgado o seu relatório sobre a liberdade de imprensa no mundo de 2015, em que Angola aparece no grupo dos países não livres, o Sindicado dos Jornalistas Angolanos vem agora reforçar que a actividade dos profissionais da comunicação está em perigo. Os jornalistas falam de perseguição e coacção por criticarem o Governo.
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A secretária-executiva do Sindicado dos Jornalistas Angolanos Luísa Rogério começa por lembrar que “com a privatização dos jornais, com o monopólio e o oligopólio, a liberdade de imprensa corre um grande risco em Angola"
Rogério lamentou igualmente a falta de condições e de salários condignos de que padecem a grande maioria dos jornalistas.
"Grande parte dos jornalistas da imprensa privada vai apenas sobrevivendo, os salários são uma miséria, as próprias instituições de defesa dos jornalistas trabalham em regime de sobrevivência porque não recebem qualquer incentivo do Estado", revela Rogério.
O jornalista Félix Miranda considera que o Estado deu alguns passos, mas lamenta o facto dos profissionais que criticam o Governo serem ainda vítimas de perseguição e de coacção do Executivo.
"Simula-se liberdade de expressão porque as pessoas ainda são perseguidas, coagidas com processos judiciais na DNIC por emitirem opiniões contrárias às do Executivo, que detém os instrumentos de repressão judicial e policial", acusa Miranda.
Entretanto, num comunicado divulgado pela Angop, o Governo reitera que o direito de exercer jornalismo em Angola está salvaguardado e vai continuar a trabalhar para garantir que o jornalismo seja exercido com segurança e justiça, do mesmo modo que diz condenar acções que coloquem em perigo a profissão e a vida dos jornalistas.