Três jornalistas da rádio católica no Huambo foram chamados a prestar declarações na polícia esta semana como parte de um processo crime de calúnia e difamação.
O caso está relacionado com uma reportagem sobre o alegado envolvimento do comandante da polícia do bairro São João no tráfico de armas de fogo e de munições.
Veja Também Revelados mais pormenores de rede de empresas e contas de Kopelipa, Dino e Isabel dos SantosO director da rádio, Alberto Java, disse que o processo foi instaurado depois da emissora se ter recusado a fornecer a fonte da sua informação.
“O que eles queriam era que citássemos a fonte, mas segundo a nossa deontologia não temos a obrigação de citar a fonte numa situação delicada como esta”, disse o prelado que frisou que a emissora tinha buscado a reacção da polícia mas sem sucesso.
“Nós fomos atrás do contraditório e a polícia não colaborou”, disse.
Veja Também São Vicente hoje em tribunal em julgamento com ramificações internacionaisO jornalista Diamantino de Azevedo, autor da matéria em causa disse que na entrevista um ex presidiário disse que tinha comprado uma arma de fogo e munições ao comandante da esquadra por 50.000 kwanzas.
“Mas nós contactámos a polícia a responder, prometeu fazê-lo dentro de 24 horas, o que não chegou a acontecer, pelo que, o director mandou publicar a matéria”, esclareceu.
O porta-voz do Ministério do Interior, Martinho Kavita, disse ter-se pronunciado sobre a matéria, mas que nesta altura o caso está sob alçada pessoal e não institucional.
“O assunto agora já não é institucional, mas pessoal. Seria mais proveitoso ouvir o advogado da causa”, sugeriu.
O director da rádio apela às autoridades a pautar pela verdade, sendo a liberdade de imprensa, um pressuposto legal de um estado de direito e democrático.
“Nós não nos vamos calar, vamos manter a nossa linha na busca da isenção, pluralismo, objectividade da verdade”, acrescentou.