A policia moçambicana diz haver informações de que o jornalista Ibraimo Mbaruco, da Rádio Comunitária de Palma, na província de Cabo Delgado, morreu, mas carecem de confirmação.
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Ibraimo Mbaruco, jornalista e locutor da Rádio Comunitária de Palma, desapareceu no dia 07 de Abril, após sair do serviço, cerca das 18 horas.
Veja Também MISA-Moçambique pede a libertação do jornalista Ibraimo Abu MbarucoO chefe do departamento de Relações Públicas no Comando provincial da Polícia de Moçambique-PRM em Cabo Delgado, Augusto Guta, disse que após denúncias feitas por familiares do jornalista, agentes da polícia, do Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC) e dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE), iniciaram investigações particularmente no local de trabalho de Mbaruco.
"Tomámos conhecimento de que no dia 07 de Abril desapareceu o cidadão Ibraimo Mbaruco, na vila distrital de Palma, e que no momento do seu desaparecimento, segundo fontes familiares, ele terá sido interpelado por um grupo de polícias e militares", afirmou Augusto Guta.
Referiu que "preocupados com esta informação, colocámos agentes do SERNIC, do SISE e de todas as forças de defesa e segurança, com vista a localizar esse indivíduo dado como desaparecido".
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Augusto Guta realçou que feitas todas essas diligências, "nós não conseguimos encontrar nenhum rasto deste cidadão, mas por fontes familiares ouvimos que este cidadão estaria morto. Nós desconhecemos esta informação".
Entretanto, numa operação realizada esta terça-feira, 14, num bairro da cidade de Pemba, capital provincial de Cabo Delgado, as forças de defesa e segurança, retiveram por três horas, o jornalista Hizdine Achá, do canal televisivo privado, STV.
Achá foi retido por alegadamente por ter fotografado os agentes da polícia que patrulhava o bairro.
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O jornalista Fernando Mbanze, editor da publicação Mediafax, diz que o desaparecimento de Ibraimo Mbaruco, a recente detenção de Amade Abubucar e a retenção de Hizdine Achá, entre outros, são actos de violência que visam bloquear a liberdade de imprensa em Moçambique.
Para o jornalista Laurindos Macuácua, as detenções arbitrárias que acontecem em Cabo Delgado, contrariam os princípios democráticos e devem ser condenadas.
Por seu turno, o jornalista Alexandre Chiúre, diz que várias outras situações, não denunciadas, ocorrem em Cabo Delgado.
Refira-se que o Comite para a Protecção de Jornalistas-CPJ, com sede em Nova Iorque se também preocupado com o desaparecimento de Mbaruco e com o facto de Cabo Delgado ser virtualmente uma área interdita a jornalistas.
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