Jornalista da Rádio Ecclésia no Kwanza Sul chamado ao SIC

Sindicato diz ser acto de intimidação

O jornalista e chefe de redação da Rádio Ecclésia do Kwanza Sul, Óscar Tito Constantino foi notificado pelos serviços de investigação criminal (SIC) a depor na próxima quinta-feira dia 19 do mês num caso em que é acusado de calúnia e difamação mas que o sindicato dos jornalistas diz ser um acto de intimidação.

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Jornalista chamado a depôr na SIC - 2:47

O caso envolve uma reportagem sobre a demissão do antigo presidente da Comissão Provincial Eleitoral do Kwanza Sul, Morais António, que segundo a reportagem se teria demitido devido a fotos suas n publicadas nas redes sociais.

O jornalista disse que a notícia foi publicada em Junho do ano passado e posteriormente Morais António “dirigiu depois uma carta a pedir o direito de resposta, a pedir uma rectificação porque segundo ele a peça está eivada de difamação e calúnia”.

O jornalista diz que a sua reportagem foi baseada na própria carta de demissão.

“Ele explica as razões que o fazem pedir a demissão portanto, foram essas razões que eu também invoquei na peça", disse.

O presidente do Sindicato dos Jornalistas Teixeira Cândido disse que “não há qualquer hipótese de haver difamação do então presidente da CNE na província do Kwanza Sul”.

“O presidente da CNE demitiu-se é um facto, o presidente da CNE demitiu-se na sequência de actos de pressão, resultante um pouco das imagens que foram circulando nas redes sociais e nas outras, foi um facto e o porta-voz da CNE confirmou precisamente este facto”, acrescentou o dirigente sindical para quem o jornalista “não fez rigorosamente nada que possa aqui resultar num acto de difamação”.

“Portanto estamos aqui, acreditamos nós, num acto de intimidação do jornalista Óscar Tito”, acrescentou Teixeira Cândido que recordou que “a situação no Kwanza Sul fundamentalmente com a rádio Ecclésia não tem sido boa, tem havido actos de pressão permanente das autoridades locais”.

“Gostaríamos manifestar toda nossa solidariedade e de facto manifestar também o nosso veemente protesto por este acto de intimidação pois não há outra coisa que esteja aqui, infelizmente o sindicato tem acompanhado a relação entre as autoridades locais do Kwanza Sul e a rádio Ecclésia”, disse ainda o presidente do Sindicato dos Jornalistas.