A Administração do Arquivo Nacional dos Estados Unidos recuperou várias caixas com vários documentos, incluindo "cartas de amor" do líder norte-coreano Kim Jong Un, no resort Mar-a-Lago, que pertence ao antigo Presidente americano Donald Trump que foram indevidamente levadas da Casa Branca.
Os documentos e souvenirs – que incluíam correspondência do ex-Presidente Barack Obama – deveriam ter sido entregues no final do mandato de Trump ao abrigo da Lei de Registos Presidenciais, o que nao foi feito.
Aquela agência federal conseguiu recuperar os documentos apenas em Janeiro, de acordo com o jornal The Washington Post, que cita fontes não identificadas.
Um ex-assessor de Trump, citado pelo jornal, disse não acreditar que o antigo Presidente tivese agido com intenção criminosa.
O ex-Presidente, empolgado com seu relacionamento com o ditador coreano, Kim Jong-un, disse num comício em Virgínia Ocidental em 2018: "Nós nos apaixonamos. Não, sério. Ele me escreveu lindas cartas".
O comentário levou a imprensa, apoiantes e opositores de Trump, a apelidar a correspondência incomum de "cartas de amor" entre Trump e Kim.
A recuperação das caixas levantou questões sobre a adesão de Trump às leis de registos presidenciais promulgadas após o escândalo de Watergate na década de 1970, que exigem que os ocupantes da Casa Branca preservem arquivos relacionados à actividade administrativa.
No mês passado, o antigo Presidente perdeu no tribunal um processo com o qual pretendia impedir que o Arquivo Nacional entregasse diários, registos de visitantes, rascunhos de discursos e outros documentos da Casa Branca ao Comité da Câmara dos representantes que investiga a invasão do Capitólio pelos seus apoiantes a 6 de Janeiro de 2021.
Alguns dos documentos entregues foram "rasgados pelo ex-Presidente Trump" e colados novamente, revelou o Arquivo Nacional, acrescentando que também recebeu vários registos rasgados.
"É tudo um exemplo puro da abordagem de Trump à Presidência, ou seja, que o vasto poder existe para ele e não para o povo americano, a quem esses registros de fato pertencem", disse o ex-vice-procurador-geral assistente Harry Litman no Twitter.
A AFP entrou em contacto com Arquivo Nacional e o gabinete do antigo Presidente Trump, mas, por agora, não houve reacções.