Jonas Savimbi: 89 anos depois, uma figura com vários leituras

Jonas Savimbi (dir) recebido pelo Presidente americano Ronald Reagan (esq), na Casa Branca, Estados Unidos

Fundador e líder histórico da UNITA será lembrado pelo partido no seu 89º aniversário

Assinala-se hoje, 3 de Agosto, o dia do nascimento de Jonas Savimbi, o fundador da UNITA e combatente pela independência de Angola.

Se estivesse vivo completaria 89 anos.

A UNITA tem um programa de atividades para assinalar o nascimento do seu líder histórico, cujo ponto alto é um comício em Luanda no sábado, 5.

Savimbi é uma figura controversa em Angola e sobre a qual as opiniões divergem-se.

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Jonas Savimbi: 89 anos depois, uma figura com vários leituras

Filho de Savimbi, Rafael Massanga, diz que o tempo deixa cada vez mais claro o papel do seu pai no país.

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“Nós vemos que o tempo está a esclarecer muitos assuntos, muitas questões que naturalmente, como consequência disso, Jonas Savimbi vai ocupando o espaço que ele merece, eu diria que não é uma questão da família ou dos filhos avaliar, mas é uma questão da historia estar a ser justa daquilo que foi o homem Jonas Savimbi”, afirma Massanga quem convidou "todos os munícipes, todos os habitantes de Luanda, par dignificar o acto central".

Opinião contrária tem o cidadão Pedro Paulo, para quem “Jonas Savimbi foi um angolano, mas um mal para Angola, ele atrasou o desenvolvimento" do país.

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O cientista político Rui Kandov analisa o antigo guerrilheiro e líder político como uma "daquelas figuras sobre as quais existem sempre uma apreciação no mínimo controversa".

Kandov acrescenta que "é verdade que lutou pela democracia mas também não é menos verdade que Angola conseguiu a paz só depois da sua morte”.

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No entanto, conclui aquele analista, "quando analisamos o seu percurso como líder da UNITA, conseguimos perceber que de fato desenvolveu um trabalho notável e haverá do ponto de vista ideológico e doutrinário resultados que ainda podemos testemunhar nos dias de hoje”.

Jonas Savimbi nasceu e cresceu na província do Bié, de onde seguiu para Portugal ao ganhar uma bolsa de estudos.

Formou-se em Ciências Políticas, mas ainda bem cedo aderiu à luta pela independência de Angola, tendo então formado a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), que liderou até a morte, tanto contra o fascismo português, como contra o regime marxista do MPLA.

A 22 de fevereiro de 2002, Jonas Savimbi foi morto na província do Moxico pelas Forças Armadas Angolanas em combate.