Na sua primeira mensagem à nação desde a posse a 20 de Janeiro, o Presidente americano assinalou o primeiro ano da pandemia da Covid-19 com um discurso no qual garantiu que todos os cidadãos maiores de 18 anos de idade deverão receber a vacina contra a doença até o final de Maio.
Em cerca de 25 minutos, Joe Biden apelou os americanos a colaborarem com as medidas propostas pelos cientistas e adoptadas pela sua Administração para que a 4 de Julho todos possam celebrar o Dia da Independência.
“Tornem este Dia da Independência verdadeiramente especial, se fizermos a nossa parte, se fizermos isso juntos, até 4 de Julho há uma boa possibilidade de vocês, as vossas famílias e amigos poderem reunir-se no seu quintal ou no seu bairro”, desafiou Biden, manifestando a sua confiança de que a vida voltará ao normal no Verão.
Na sua intervenção a partir da Sala Leste da Casa Branca, Biden reconheceu o impacto devastador do vírus que fechou restaurantes e empresas, esvaziou estádios, retirou clientes de cinemas e ginásios, forçou estudantes a aprender a partir da casa e enviou milhões de pessoas para o desemprego.
“Todos nós perdemos, um sofrimento colectivo, um sacrifício colectivo, um ano repleto de perdas de vidas”, lembrou Biden, que no entanto destacou ganhos como “apreciação, respeito e gratidão”.
Vacinas para todos
Com um programa de cinco medidas para os próximos meses, o Presidente anunciou a aceleração da vacinação, incluindo novos locais para vacinação em massa, uma ampla parceria com farmácias para distribuir a vacina, o recurso ao uso de dentistas, veterinários, estudantes de medicina e outros para realmente aplicar as vacinas, e o fim de prioridades para vacinação permitindo, através de um site a ser lançado pelo Governo, que todo o cidadão possa encontrar um lugar para receber a vacina perto da sua casa.
O Presidente prometeu ainda que, com a aceleração da vacinação de professores e funcionários da rede de educação, incluindo os motoristas de autocarros escolares, as escolas de todo o país poderão ser reabertos com segurança dentro dos próximos 50 dias.
Apelo à participação de todos
No entanto, Biden alertou que “este "não é o momento para não cumprir as regras" e alertou para o perigo de um retrocesso no momento em que a nação está prestes a derrotar o vírus.
"Eu preciso de vocês, o povo americano, eu preciso de você, eu preciso que cada americano faça a sua parte”, apelou o Presidente, que reconheceu as contradições existentes.
"Muitas vezes nos voltamos um contra o outro, uma máscara a coisa mais fácil de fazer para salvar vidas", disse reconhecendo que “às vezes isso nos divide, os Estados se opõem, em vez de trabalharem uns com os outros".
"Ouçam o Dr. Fauci", pediu, em referência ao principal especialista em epidemiologia e que lidera a equipa de resposta da Casa Branca.
Depois de lembrar a dor que tomou conta do país, com a morte de quase 530 mil americanos, o Presidente destacou as medidas tomadas pela sua Administração com base “na verdade”, como prometeu na Pensilvânia quando encontrou uma senhora que lhe disse que “apenas queria saber a verdade”.
"Quando cheguei ao cargo, vocês devem se lembrar que estabeleci uma meta, e muitos de vocês disseram que era um exagero. Eu disse que pretendia aplicar 100 milhões de vacinas nos meus primeiros 100 dias. Hoje à noite, posso dizer que não vamos apenas cumprir essa meta, vamos ultrapassar essa meta. Na verdade, estamos no caminho certo para atingir 100 milhões de doses no meu 60º dia de mandato", assinalou o Presidente.
América está de regresso
Numa referência à parte do combate directo à pandemia, mas “porque estão na linha da frente, Biden denunciou “crimes de ódio violentos contra os americanos de origem asiática (que) foram atacados, perseguidos, acusados e transformados em bodes expiatórios".
"Eles estão na linha de frente desta pandemia tentando salvar vidas e, ainda assim, são forçados a viver com medo pelas suas vidas ao andarem nas ruas da América”, sublinhou o Presidente, quem reiterou: “É errado, não é americano e deve parar".
“A América está de volta”, destacou o Presidente, que apontou não ser fácil derrotar a América.
"Encontrar luz na escuridão é algo muito americano. Na verdade, pode ser a coisa mais americana que fazemos", reforçou, para concluir: “se todos nós fizermos nossa parte, este país será vacinado em breve, nossa economia melhorará, os nossos filhos voltarão à escola e teremos provado mais uma vez que este país pode fazer qualquer coisa”.
Biden também se referiu ao Programa de Americano de Resgate promulgado por ele também hoje, no valor de 1,9 trilhão de dólares, que vai permitir ajudar milhões de pessoas, reabrir escolas em segurança, aumentar a capacidade de vacinação e promover a retoma económica.