O Presidente americano Joe Biden abriu formalmente nesta quarta-feira, 8, a nona Cimeira das Américas, um encontro de líderes dos países da América do Norte, do Sul e Central e do Caribe.
“Nossa região é grande e diversificada. Nem sempre concordamos em tudo, mas por sermos democracia podemos trabalhar as nossas divergências com respeito mútuo e diálogo”, disse Biden no arranque da iniciativa que está a ser ofuscada pela decisão dos presidentes da Bolívia, Guatemala, Honduras e México de não comparecer depois que os EUA não convidarem Cuba, Nicarágua e Venezuela por não atenderem aos requisitos da Carta Democrática Interamericana de 2001, que consagra a democracia como um valor central da reunião.
O Presidente do Uruguai também também não participa por ter estado positivo para Covid-19.
Joe Biden lançou o que a Casa Branca chama de Parceria das Américas para a Prosperidade Económica para promover uma “recuperação equitativa” da pandemia, bem como mais de 300 milhões de dólares em ajuda à insegurança alimentar a uma região que sofre com os impactos económicos da pandemia e da guerra na Ucrânia.
O Presidente afirmou que sua visão regional é “baseada nos mesmos valores fundamentais” que a recuperação económica e a competitividade dos EUA.
“A Parceria Americana ajudará as economias a crescer de baixo para cima e do meio para fora, não de cima para baixo”, disse ele.
Um alto funcionário do Governo disse a repórteres na quarta-feira que o governo espera apresentar a estrutura e depois discuti-la com os parceiros nos próximos “dois a três meses, com o objetivo de realmente lançar o início das negociações formais”.
O plano não incluirá novos acordos comerciais, e a fonte não forneceu uma estimativa de quanto dinheiro Washington pode comprometer com o esforço.
Ela disse que a estrutura se baseia em cinco pilares: fortalecer as cadeias de suprimentos e “ajudar nosso hemisfério a reduzir a dependência excessiva e as concentrações em certos países”; fortalecer e incentivar os investimentos do Banco Interamericano de Desenvolvimento, a maior fonte de financiamento para o desenvolvimento da América Latina e do Caribe; impulsionar os investimentos em áreas do setor público como educação, saúde, direitos e cuidados infantis; promover empregos e iniciativas de energia limpa para reduzir as pegadas de carbono e, finalmente, promover o comércio sustentável e inclusivo.
Joe Biden não comparou a sua visão económica para a região com a de Pequim, que é o maior parceiro comercial de muitos países do hemisfério.
Muitos países latino-americanos têm acordos de livre comércio com Washington, incluindo Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua, Panamá e Peru.
Outros, incluindo Argentina, Brasil, Equador, Paraguai, Uruguai e vários países do Caribe, assinaram Acordos-Quadro de Comércio e Investimento menos abrangentes com os EUA que facilitam as negociações sobre questões de comércio e investimento, como proteção trabalhista, ambiental e de propriedade intelectual.
O Presidente brasileiro Jair Bolsonaro estará presente e reúne-se nesta quinta-feira com o Presidente Biden.