Moçambique celebra próximo domingo, 28 anos do Acordo Geral de Paz, assinado em Roma, entre o Governo e a Renamo.
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Trata-se de um acordo que pôs fim a 16 anos de guerra civil e que, pretendia ser, a base para o enterrar definitivo das armas e se traduzisse na paz definitiva e efectiva.
Contudo, desde então, o país assistiu mais dois acordos de paz, o último dos quais, assinado no ano passado.
Veja Também Ataques no centro de Moçambique denunciam uma “paz pobre”, dizem analistasNas últimas cerca de três décadas, contabilizam-se três acordos de paz para o mesmo conflito, que, segundo a Renamo, principal opositor do executivo de Maputo, tem como base, a falta de implementação do acordo de Roma.
O que falhou naquele acordo. Perguntamos ao antigo Presidente da República Joaquim Chissano.
“Essa pergunta me têm sido feita várias vezes, mas não sei o que falhou. A Renamo diz que foi incumprimento dos acordos de Roma da parte do Governo, mas, não conseguem me mostrar em quê” disse o antigo estadista e signatário do acordo.
Teodato Hunguana, destacado membro da Frelimo e que integrou a comissão de verificação do Acordo de Roma, aponta falhas ou erros que resultaram nos conflitos subsequentes.
“Não houve reconciliação antes das eleições, e muito menos depois, e porque o proclamado vencedor das eleições, acabou sendo o vencedor da guerra terminada sem vencidos nemvencedores, agora investido nas atribuições de um presidencialismo reforçado, verificaram-se recuos que se configuraram como violações ao AGP”, disse Hunguana, numa palestra em Maputo.
Veja Também Analistas alertam para dolorosa e injusta desmobilização dos homens da RenamoPara Hunguana, “a mais grave dessas situações foi a desmobilização dos oficiais provindos da Renamo, situação problemática que acabousendo reconhecida, e cujo remédio e solução surgem enquadrados agora nos últimos acordos”.
Este ano o país celebrou o primeiro ano do Acordo de Maputo, o terceiro que tenta terminar o conflito entre o Governo e a Renamo. Raúl Domingos, um dos negociadores da Paz de Roma, quer crer que desta vez seja de vez, mas deixa a receita para que assim seja.
“É preciso que as universidades liderem o processo de enraizar na sociedade a cultura da paz e reconciliação” resumiu.