O Presidente eleito de Angola, João Lourenço, assumiu a vitória nesta quarta-feira, 6, e garantiu que vai formar um Governo para melhorar o que está bem e corrigir o que está mal, evitando assim que a abstenção venha a ser elevada no futuro.
Ao falar logo após a CNE anunciar os resultados definitivos, Lourenço criticou fortemente as posições defendidas pelos partidos da posição sobre o processo eleitoral e disse esperar que marquem presença na sua cerimónia de investidura.
“Juntos podemos melhorar o que está bem e corrigir o que está mal”, afirmou Lourenço, garantindo que “vamos construir um futuro melhor para Angola e os angolanos”.
Sem avançar detalhes ou caminhos da sua gestão o futuro Presidente revelou ter feito “boa leitura sobre o nível de abstenção, alto, de acordo com os padrões, se tivermos em conta as eleições passadas”.
“O Executivo, a constituir-se nos próximos dias, terá a responsabilidade de corrigir e prevenir que essa situação aconteça no futuro, e vamos trabalhar para afastar as práticas e comportamentos reprováveis que estarão na base da alta abstenção”, adiantou João Lourenço, que agradeceu a todos que o felicitaram mesmo antes do anúncio oficial da sua vitória.
Oposição quis estragar a festa
No pronunciamento de quase 11 minutos, o vice-presidende do MPLA dedicou grande parte do tempo com críticas à postura da oposição, sem indicar nomes e partidos, durante o processo eleitoral.
“Lamentavelmente, algumas forças políticas, por sinal as mesmas que num passado mais ou menos longínquo, já diziam e eu cito ´que as eleições só são válidas quando são ganhas por nós´, no caso eles, quiseram mais uma vez manchar e estragar a festa do povo, começando por procurar descredibilizar o trabalho de todos”, afirmou o Presidente eleito, lembrando que esses partidos chegaram a questionar a idoneidade da CNE, “órgão do Estado de que são membros de pleno direito”.
Para Lourenço, “essas forças politicas, nos seus protestos a eventuais irregularidades do processo por conveniência própria, desrespeitaram a lei eleitoral por eles aprovada por unanimidade na Assembleia Nacional”.
Ao proporem uma comissão da sociedade civil para mediar um diálogo entre a CNE e os partidos políticos ou para ultrapassar eventuais impasses, João Lourenço acusou os partidos da oposição de volar “gravemente a Constituição e a lei”.
Cábula mal feita
“A tentativa de incitação à desobediência civil só veio demonstrar que aquelas forças políticas não respeitam a vontade popular expressa nas urnas porque entendem haver formas ilegais de anular essa mesma vontade popular e, desta forma, constituir o tao propalado Governo participativo e inclusivo que, no caso concreto, o povo não sufragou”, continuou Lourenço, acrescentando “ainda qual cábula mal feita se enveredar pela chamada geringonça, que terá acontecido noutras paragens, mas onde o povo, com certeza, não deu 61 por cento dos votos válidos a nenhum dos concorrentes”.
No entanto, o Presidente eleito felicitou a oposição pela participação no processo eleitoral e manifestou a sua “abertura para o diálogo permanente nas instituição, desde que concorram para o engrandecimento do nosso país”, tendo convidado os partidos da oposição a estar presente na sua cerimónia de investidura, o que, sublinhou, “contribuirá para este ambiente de concórdia que nos propusemos incentivar e praticar”.
Lourenço felicitou o povo angolano pela participação no processo eleitoral, “com civismo e respeito pela diferença”, e pediu que todos participem na festa da celebração “sem excessos e dentro do respeito ao próximo”.
Vitória do povo
A este propósito, instou as forças de segurança a repelirem qualquer acto de indisciplina ou desobediência civil”.
O Presidente eleito reiterou que a “vitória não é do MPLA apenas, mas de todo povo angolano para quem vamos trabalhar ainda com mais entrega”.
No final do discurso, João Lourenço agradeceu o “camarada Presidente José Eduardo dos Santos” e o comité central do MPLA pela sua escolha e concluiu “missão cumprida”.
Ouça o discurso:
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