A chefe da bancada parlamentar da Renamo, Ivone Soares, nega qualquer envolvimento no financiamento de homens armados da autoproclamada Junta Militar, de Mariano Nhongo, que reivindicou ataques no centro de Moçambique.
Your browser doesn’t support HTML5
“Sempre que me envolvi em assuntos militares foi única e exclusivamente para procurar a paz para Moçambique” diz Ivone Soares. “Porquê hoje iria querer guerra para Moçambique se não quis e nem me envolvi em nenhuma acção bélica?”
A reacção de Soares surge após dois supostos elementos da Junta Militar, apresentados pela polícia, terem dito à imprensa, na quinta-feira, 21, que o grupo é apoiado por deputados daquele partido da oposição.
“O apoio que tínhamos para recrutar jovens para levar ao mato vinha de Manuel Bissopo, Elias Dhlakama, Sandula, Muchanga, Ivone Soares (…) que queriam proteger e dar-nos o salário”, disse Carlos Leão, um dos detidos apresentados em Quelimane, capital da Zambézia.
Outros detido, António Bissopo, primo do antigo Secretário-Geral da Renamo, disse que soube de Leão que “o apoio vem de deputados”.
Os dois fazem parte de um grupo de seis indivíduos, que a polícia moçambicana apresentou como recrutadores da Junta Militar, de Nhongo.
Nhongo quer falar com Nyusi
Além de negar o seu envolvimento com a Junta Militar, Ivone Soares disse que tentou aproximar Mariano Nhongo e Ossufo Momade, mas sem sucesso.
“A pedido do líder do meu partido, o General Ossufo Momade fiz contactos com o General Nhongo para ver se havia entendimento, mas ele disse categoricamente que não quer negociação com o partido Renamo, com Ossufo Momade,” disse Soares.
Nhongo, lembra a deputada, disse “que quer fazer contacto directo com o Presidente da República, Filipe Jacinto Nyusi”.
No início da sua insurgência, Nhongo disse que não reconhecia a autoridade de Ossufo Momade, que substituiu Afonso Dhlakama.
Os ataques a alvos civis e militares na região centro do país, intensificaram após as eleições de 15 de Outubro.
Recentemente, Filipe Nyusi ordenou as Forças de Defesa e Segurança para a perseguição e captura dos autores, prometendo responsabiliza-los criminalmente, incluindo os seus mandantes, mesmo que estejam na cidade.