O número de mortos em Israel após um ataque surpresa do Hamas subiu para mais de 600, enquanto mais de 100 pessoas estavam a ser mantidas como "prisioneiras" pelo grupo militante, informou o governo israelita. Mais de 2.000 pessoas ficaram feridas, incluindo 200 que estavam em "estado crítico".
O exército israelita afirmou que estava a trabalhar este domingo, 8 outubro, para eliminar os combatentes do Hamas que permaneceram no país um dia após o ataque surpresa do grupo militante a Israel.
"Centenas de terroristas" foram mortos e capturados, disse um oficial militar israelita no domingo, após o ataque surpresa do grupo militante palestiniano baseado na Faixa de Gaza.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) registaram combates em vários locais no sul, perto da Faixa de Gaza, de onde o Hamas lançou o seu ataque no sábado. Os locais incluem a cidade de Sderot.
O tenente-coronel Jonathan Conricus, porta-voz das IDF, disse à CNN que cerca de 1.000 combatentes do Hamas podem ter entrado em Israel no sábado.
Entretanto, Israel está a pedir ajuda ao Egipto para obter informações sobre a segurança e a localização dos cidadãos israelitas raptados, de acordo com notícia do The Wall Street Journal.
Tanto o Hamas como as forças armadas israelitas afirmaram que o Hamas fez prisioneiros soldados e civis israelitas no sábado, mas o número exato é desconhecido.
Israel lançou mais ataques aéreos de retaliação na Faixa de Gaza no domingo. As Forças Armadas israelitas afirmaram que um quartel-general dos serviços secretos do Hamas, uma fábrica de produção de armas e dois bancos foram alguns dos alvos atingidos pelas suas forças até à data.
O Hamas prosseguiu os seus ataques também durante a noite, disparando foguetes contra várias cidades, incluindo Telavive.
Pelo menos 250 israelitas foram mortos e mais de 1.000 ficaram feridos em ataques com foguetes do Hamas e de combatentes que se infiltraram em Israel a partir de Gaza por terra, mar e ar.
O Ministério da Saúde palestiniano em Gaza afirma que pelo menos 256 pessoas morreram nos ataques, incluindo 20 crianças, enquanto 121 crianças se encontram entre as 1.788 pessoas feridas.
Entretanto, o exército israelita trocou tiros no domingo com militantes do Hezbollah na fronteira libanesa, abrindo a possibilidade de um conflito mais alargado. O Líbano e Israel são considerados Estados inimigos, mas uma trégua de 2006 entre ambos tem-se mantido, na maior parte dos casos com pequenos ataques ocasionais de foguetes do Líbano, aos quais Israel responde com ataques de retaliação.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, avisou que a guerra pode ser longa. Netanyahu disse que a ofensiva de Israel vai continuar "sem reservas e sem descanso".
Grande parte da Faixa de Gaza está mergulhada na escuridão desde os ataques. Israel mantém um bloqueio em torno do território e Netanyahu anunciou que Israel vai cortar a eletricidade, o combustível e outros bens que fornece a Gaza.
O ataque coordenado do Hamas no sábado foi uma surpresa total para os serviços secretos israelitas.
Israel "não tinha a mínima ideia do que se estava a passar", disse Efraim Halevy, antigo chefe da Mossad, os serviços secretos israelitas, à CNN. "Não recebemos qualquer tipo de aviso e foi uma surpresa total que a guerra tenha eclodido esta manhã". Segundo ele, o ataque foi a primeira vez que os palestinianos conseguiram "penetrar" tão profundamente em Israel.
Os militantes lançaram mais de 3.000 mísseis em menos de 24 horas, de acordo com Halevy. "Do nosso ponto de vista, isto está para além da imaginação", disse Halvey à CNN. "Não sabíamos que eles tinham esta quantidade de mísseis e certamente não esperávamos que fossem tão eficazes como foram hoje. ... Como operação, foi muito bem sucedida, infelizmente".
Um número desconhecido de soldados e civis israelitas foi capturadoe levado para Gaza, uma questão extremamente sensível para Israel.
Netanyahu prometeu vingar o que disse ser um "dia negro" para Israel, afirmando que o exército vai atacar o Hamas em Gaza com força total.
"A [Força de Defesa de Israel] está prestes a usar toda a sua força para destruir as capacidades do Hamas", disse Netanyahu numa breve declaração televisiva. "Vamos atacá-los até ao fim e vingar com força este dia negro que trouxeram a Israel e ao seu povo."
O Presidente dos EUA, Joe Biden, manifestou um apoio "sólido e inabalável" ao aliado dos EUA e advertiu "contra qualquer outra parte hostil a Israel que procure obter vantagens nesta situação".
O Hamas e Israel travaram quatro guerras desde que o Hamas assumiu o controlo de Gaza em 2007.
O Conselho de Segurança da ONU convocou uma reunião de emergência para domingo para discutir os últimos actos de violência.