Israel diz que o cessar-fogo está suspenso até receber a lista de reféns do Hamas

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Manifestação em apoio do acordo de cessar-fogo entre Israel e o Hamas

Netanyahu disse que Israel mantém “o direito de retomar a guerra” contra o Hamas a qualquer momento

O primeiro-ministro israelista, Benjamin Netanyahu, declarou num comunicado de imprensa que a primeira troca de prisioneiros da primeira fase, prevista para domingo, não se realizaria “até termos recebido, como acordado, a lista dos reféns que serão libertados” nessa ocasião.

De acordo com as informações comunicadas pelas duas partes, a primeira troca de prisioneiros não deverá ter lugar antes das 14h00 GMT de domingo, seis horas após a entrada em vigor das tréguas.

“Não toleraremos qualquer violação dos termos do acordo”, acrescentou Netanyahu na declaração.

Posteriormente, num discurso televisivo, Netanyahu disse que Israel mantém “o direito de retomar a guerra” contra o Hamas a qualquer momento, com o apoio dos Estados Unidos, nos termos do acordo de tréguas que deverá entrar em vigor no domingo, declarou o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, no sábado à noite.

Netanyahu afirmou que o Presidente dos EUA, Joe Biden, e o Presidente eleito, Donald Trump, “apoiam plenamente o direito de Israel de voltar à luta” se Israel decidir que as negociações com o Hamas na segunda fase são infrutíferas.

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“Como vos prometi, mudámos a face do Médio Oriente e, como resultado, o Hamas continua derrotado e sozinho”, acrescentou Netanyahu num discurso transmitido pela televisão, prometendo também que os israelitas trariam de volta ‘todos os reféns’ detidos em Gaza.

“Este é um cessar-fogo temporário” e ‘mantemos o direito de retomar a guerra se necessário e com o apoio dos Estados Unidos’, disse Netanyahu, e, se necessário, ‘fá-lo-emos com mais força’.

“Com este acordo, vamos trazer para casa 33 dos nossos irmãos e irmãs, a maioria com vida”, acrescentou o primeiro-ministro israelita, referindo-se ao número de reféns israelitas em Gaza que serão libertados na primeira fase do acordo, em troca de centenas de palestinianos encarcerados por Israel, durante um período de seis semanas.

“Prometo-vos que vamos atingir todos os objectivos da guerra e trazer todos os reféns para casa”, acrescentou Netanyahu.

Retirada de Israel é essencial, diz ONU

O Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou este sábado, que a retirada das forças israelitas do sul do Líbano é essencial, durante uma visita ao Líbano.

Numa declaração anterior, Guterres afirmou que a ONU envidaria todos os esforços para garantir a retirada israelita dentro do prazo estabelecido nos termos do cessar-fogo.

O acordo prevê que 600 camiões de ajuda sejam autorizados a entrar em Gaza todos os dias do cessar-fogo inicial de seis semanas, incluindo 50 que transportam combustível. Metade dos 600 camiões de ajuda seriam entregues no norte de Gaza, onde os peritos alertaram para a iminência de fome.

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“É evidente que a situação em Gaza continua a ser extremamente complexa e que subsistem muitas dificuldades para uma distribuição eficaz”, afirmou Guterres.

Apesar do acordo, as forças israelitas continuaram a atacar o que dizem ser os combatentes do Hezbollah, ignorando o acordo nos termos do qual devem cessar os ataques e retirar para além do rio Litani, a cerca de 30 km da fronteira com Israel.

Paralelamente, manifestações decorrem em Israel, num protesto antigovernamental que apela à libertação dos reféns israelitas mantidos em cativeiro desde os ataques de 7 de outubro de 2023 por militantes palestinianos na Faixa de Gaza.

O acordo prevê que o cessar fogo entre em vigor domingo.

c/ AFP e Reuters