O exército israelita voltou a atacar Gaza neste sábado, 11, apesar das críticas reiteradas pela Administração Biden sobre a forma como Televive conduz a guerra contra o Hamas, na sequência dos atentados terrroristas de 7 de outubro, realizados pelo grupo radical islamita.
Jornalistas da AFP relataram ataques em vários setores do território costeiro, onde a ONU afirma que a ajuda está bloqueada depois de as tropas israelitas terem desafiado a oposição internacional e entrado no leste de Rafah nesta semana, fechando efetivamente dois locais de passagem da ajuda humanitária.
Um relatório há muito aguardado do Departamento de Estado dos EUA entregue na sexta-feira, 10, ao Congresso disse que Israel provavelmente violou as normas do direito internacional ao usar armas dos Estados Unidos – seu principal fornecedor militar – na guerra, mas não encontrou evidências suficientes para impedir o envio de ajuda militar.
O Departamento, no entanto, disse não ter chegado a uma conclusão final e que continua a investigar. .
No geral, o relatório afirma que as garantias israelitas de que tem utilizado o material de forma adequada foram consideradas “credíveis e confiáveis”, o que permite Washington continuea a fornecer material a Israel.
Um alto funcionário do Departamento de Estado disse que os EUA não avaliaram atualmente se o Governo israelita proibiu ou restringiu o transporte ou a entrega de assistência humanitária americana a Gaza, mas é uma avaliação em andamento.
Embora Israel tenha o conhecimento, a experiência e as ferramentas para implementar as melhores práticas para mitigar os danos civis nas suas operações militares, os resultados no terreno, incluindo elevados níveis de vítimas civis, levantam dúvidas substanciais se os seus militares as estão a utilizar eficazmente em todos os casos, lê-se no relatório.
O documento considerado politicamente sensível foi apresentado no momento em que Israel avança com a sua operação militar em Rafah e no meio de preocupações crescentes sobre a restrição da ajuda humanitária a Gaza.
A passagem de Rafah para o Egito tem sido a principal porta de entrega de alimentos e assistência humanitária.
A Administração Biden diz observar com preocupação a operação de Israel em Rafah e tem instado Telavive a reabrir a passagem de Rafah imediatamente, avirmou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, a repórteres na sexta-feira.
“Haverá mais sofrimento e isso é profundamente preocupante para nós”, disse Kirby.
Nesta semana, o Governo americano anunciou ter suspendido um envio de armas a Israel por temer que fossem usadas na invasão a Rafah.
Drama em Rafah
Nos últimos cinco dias, mais de 100 mil pessoas fugiram de Rafah, onde mais de metade da população de Gaza tinha procurado refúgio depois do início da guerra, disse um coordenador humanitário sénior do Fundo das Nações Unidas para a Infância.
A campanha militar de Israel matou quase 35 mil palestinos e feriu quase 80 mil, a maioria deles civis, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
A ofensiva foi lançada após um ataque terrorista do Hamas a Israel que matou 1.200 pessoas, tendo o grupo radical levado 240 reféns.
Memorando de segurança nacional
Em fevereiro, o Presidente Joe Biden emitiu um memorando de segurança nacional, conhecido por NSM-20, que determinou ao Departamento de Estado que avaliasse e informasse ao Congresso se considerava as garantias de Israel “credíveis e confiáveis” em relação ao uso de armas dos EUA para garantir o cumprimento. com o direito internacional e do próprio país.
Israel forneceu garantias por escrito a Washington de que o uso de armas fornecidas pelos EUA na guerra de Gaza não violou os padrões legais americanos ou internacionais na condução da guerra ou no tratamento de civis, incluindo a prestação de assistência humanitária adequada.
Mas analistas dizem não existe nenhum mecanismo governamental para monitorar como as armas americanas são usadas.