A antiga presidente do Conselho de Administração (CA) da Sonangol, Isabel dos Santos, diz ter acompanhado com “espanto as declarações preferidas” pelo seu sucessor à frente da empresa estatal de combustíveis, Carlos Saturnino, na passada quarta-feira, 28.
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Num comunicado divulgado neste domingo, 4, denuncia o que chama de “campanhas difamatórias” contra ela feitas por “pessoas enriqueceram de bilhões à custa da Sonangol”.
A empresária escreve que não podia deixar de demonstrar a sua “total indignação com a forma como, sob o título de Constatações/Factos, foram feitas acusações e insinuações graves, algumas das quais caluniosas”, contra a honra dela “e contra o trabalho sério, profissional e competente que a equipa do anterior Conselho de Administração desenvolveu ao longo de 18 meses”.
A reacção de Santos surge quatro dias depois de Carlos Saturnino ter denunciado transferências no valor de 38 milhões de dólares para uma empresa no Dubai, um dia depois do CA presidido pela filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos ter sido exonerado.
Medidas e providências legais
“Não deixarei de tomar todas as medidas e encetar todas as providências legais, adequadas e necessárias à protecção do meu bom nome e defesa dos meus direitos”, escreve a empresária, que critica o objectivo da conferência de Saturnino que, segundo Santos, devia apresentar o plano de reestruturação da Sonangol.
“Após apenas quatro slides muito genéricos e superficiais sobre a performance da empresa e do sector petrolífero em Angola, a conferência de imprnesa rapidamente deixou de se concentrar naquilo que deveria ser o seu propósito”, diz Isabel dos Santos, para quem, a partir de então Carlos Saturnino passou ao ataque.
“Lançou-se um ataque directo ao anterior Conselho e à minha pessoa em particular, com insinuações e acusações directas de desonestidade”, continua o comunicado, em que Isabel dos Santos acusa Saturnino de fabricar “mentiras”, como ”mais um circo, uma encenação” à procura de buscar um bode expiatório para esconder o passado negro da Sonangol”.
Campanha generalizada e politizada
Em 13 páginas, Santos responde às afirmações do actual PCA da Sonangol e acusa orgãos de imprensa da oposição e oficinas de manipulação das redes sociais pelo que chama de “campanhas difamatórias”.
“Esta campanha generalizada e politizada contra mim faz-me acreditar que estão de retorno os interesses das pessoas que enriqueceram de bilhões à custa da Sonangol. São estes, que hoje fomentam e agitam a opinião pública de forma a poder retornar os seus velhos hábitos”, escreve Isabel dos Santos.
Em conclusão, a empresária considera que “o problema da Sonangol não é, e nunca foi Isabel dos Santos, mas sim a irresponsabilidade da gestão e das entidades que beneficiarão de contratos leoninos e ganharam bilhões e hoje esperar poder continuar a gozar e viver desta prevaricação”.
Nesta Segunda-feira, 5 Março, Isabel dos Santos publicou este vídeo no Instagram:
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