Isabel dos Santos será constituída arguida no processo de dívidas de quase 400 milhões de dólares à UNITEL

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Isabel dos Santos

Juíz britânico diz ser realístico prever que as alegações contra a empresária feitas pela UNITEL nesse processo terão sucesso em tribunal.

A empresária angolana Isabel dos Santos pode ser constituída arguida no caso em que a companhia de telecomunicações angolana UNITEL exige o pagamento de cerca de 400 milhões de dólares à empresa holandesa Unitel International Holdings (UIH), que é propriedade da filha do antigo Presidente José Eduardo dos Santos.

A decisão é de um tribunal em Londres.

Os advogados da UNITEL tinham pedido ao tribunal para acrescentar o nome de Isabel dos Santos ao processo que iniciou contra a holandesa Unitel International Holdings (UIH) que, apesar de ter o mesmo nome, não tem qualquer ligação com a companhia angolana.

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Como a investigação open-source ajudou a definir a localização de Isabel dos Santos

O juíz Mark Pelling decidiu que Isabel dos Santos deve ser acrescentada como arguida no caso, afirmando haver “uma perspectiva real de sucesso” no que diz respeito às alegações de que ela violou os seus deveres como directora da UNITEL

Os advogados da empresa angolana argumentaram que Isabel dos Santos, que era a directora da empresa quando os empréstimos à holandesa UIH foram feitos, não cumpriu os seus deveres para com a UNITEL ao não tomar medidas para assegurar que a companhia holandesa iria pagar os empréstimos.

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A UNITEL emprestou 395 milhões de dólares à companhia holandesa para a aquisição de acções em companhias de telecomunicações.

Os empréstimos foram feitos entre 2012 e 2013 quando Santos era directora da UNTEL posto da qual se demitiu em 2020.

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Os advogados de Isabel dos Santos argumentaram que a UNITEL é responsável pelo não pagamento das dívidas devido ao seu papel “na confiscação ilegal pelo Estado angolano dos bens da UIH”.

A UNITEL, por seu lado, nega que tenha tido qualquer papel nessa confiscação pelo Estado.

Em 2021, a Câmara Criminal do Tribunal Supremo de Angola ordenou o congelamento de contas bancárias e participações em diversas companhias controladas por Isabel dos Santos, num valor total de mil milhões de dólares.

Não se sabe quando é que o julgamento em Londres irá começar.