A empresária angola Isabel dos Santos viu-se obrigada a encerrar permanentemente os seus escritórios em na capital portuguesa, Lisboa, depois das suas contas terem sido congeladas.
A notícia foi avançada pelo Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ na sigla em inglês), responsável pelo Luanda Leaks - a investigação que revelou a rede de negócios da filha do antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, do seu marido e sócios.
Veja Também Juiz português dirige operação de buscas em empresas ligadas a Isabel dos SantosA bilionária fechou permanentemente os escritórios dos seus principais negócios em Lisboa, culpando o congelamento de ativos pelo recuo das suas empresas e as perdas de empregos causadas por ele.
Um porta-voz de Santos confirmou à imprensa local o encerramento dos escritórios na luxuosa Avenida da Liberdade e a falta de pagamento de funcionários por quatro meses, renda e outras contas nos últimos meses.
Veja Também PGR de Angola diz que eventual falência de empresas arrestadas não é sua responsabilidadeO seu porta-voz não mencionou as empresas afetadas, mas o edifício abrigava a Fidequity, uma empresa de serviços de gerenciamento que desempenhou um papel central no seu império comercial, a Santoro Finance e a Santoro Financial Holdings, que detinham participações importantes em vários investimentos.
Mario Leite da Silva, que dirigia todas as empresas sediadas em Lisboa que fecharam recentemente, foi nomeado co-suspeito.
Veja Também Sindika Dokolo recorre ao tribunal de Luanda e diz que documentos entregues pela PGR foram forjadosCandando em crise
Antes do encerramento do escritório em Lisboa, em Angola as empresas de Isabel dos Santos também vivem tempos difíceis, com a cadeia de supermercados Candando no centro da crise.
Várias empresas da empresária angolana Isabel dos Santos foram arrestadas por ordem judicial, em dezembro de 2019, e determinadas contas foram congeladas.
Em meados de junho Isabel dos Santos confirmou à VOA que a rede de supermercados Candando está à beira da falência e prepara-se para despedir cerca de 500 trabalhadores pelo fato de deixar de ter acesso aos seus fornecedores de produtos devido ao congelamento das contas bancárias da empresa em Portugal, a pedido pela Procuradoria Geral da República (PGR).
Leia mais sobre o Império de Isabel dos Santos e a investigação do ICIJ