Horas depois de o Governo angolano ter informado que o corpo do antigo Presidente José Eduardo dos Santos chegaria a Luanda neste sábado, 20, para ser enterrado na sua terra natal, a filha Isabel dos Santos escreveu numa rede social que o ódio falou mais alto.
"Levaste-me ao altar e eu não te poderei levar à tua última morada. Sempre sonhaste tudo de bom pra mim e eu pra ti", afirmou a empresária, sublinhando que "o ódio dos homens falou mais forte hoje. Arrancaram-te dos meus braços".
A filha mais velha concluiu: "Desculpa.., te amo...por ti choro".
Nas primeiras hora de hoje, e como a VOA noticiou, a Comissão para a Organização da Cerimónia Fúnebre disse em nota que "o Executivo angolano torna público que chegam na tarde deste sábado a Luanda os restos mortais do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, falecido no passado dia 8 de Julho em Barcelona, Reino de Espanha" e que "a data e o programa das exéquias serão oportunamente comunicados”.
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Um dos advogados da viúva do falecido Presidente, Josep Riba Ciurana, confirmou à AFP que "na sexta-feira fizemos todos os preparativos, os papéis da alfândega, o embalsamento, fizemos tudo e, de facto, esta manhã o corpo está a caminho de Angola", disse Josep Riba Ciurana, advogado da viúva, Ana Paula dos Santos, AFP.
No passado dia 16, um tribunal da Catalunha decidiu autorizar a entrega do corpo à viúva e a sua transladação para Angola.
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A filha de 44 anos de Dos Santos, Tchize dos Santos, entrou com um recurso para contestar a decisão, mas Riba Ciurana disse que um juiz concedeu a execução imediata da decisão, permitindo que o corpo deixasse Espanha.
Os filhos Isabel, José Filomeno "Zenu", Welwitschea "Tchizé", Joess e José Eduardo Paulino "Coreon Dú" voltaram a recorrer no dia 18 contra esta decisão, tendo o mesmo juiz decidido em sentença de 19 de Agosto que "não será e dar lugar à suspensão da execução do auto de 16 de Agosto de 2022, como se indicou no próprio auto de 18 de Agosto de 2022, que agora se recorre, e quanto ao requerimento da senhora Ana Paula para que se permita realizar uma cerimónia de despedida em Barcelona do Sr. Dos Santos, que se permita à outra parte aos efeitos procedentes".
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"Somos os primeiros a ser surpreendidos", disse a advogada de Tchize, Carmen Varela, citada pela AFP, acrescentando que soube da repatriação pela televisão e não foi "notificada de nada".
Varela explicou que queriam realizar o funeral em Barcelona porque o regresso a Angola não é uma opção para alguns membros da família.
C/AFP