Irão: 50 mortos em funeral de Qassem Soleimani; enterro adiado

Milahres de pessoas prestam última homenagem a Qassem Soleimani na sua cidade natal, Kerman, Irão. 7 janeiro, 2020.

Um enorme tumulto deixou pelo menos 50 mortos no meio da multidão que lotou as ruas da cidade natal do comandante militar iraniano, para acompanhar o funeral nesta terça-feira, 7 de janeiro, o que forçou o adiamento do enterro, informou a media estatal.

As homenagens a Soleimani, que era considerado um herói nacional, começaram no sábado (4), no Iraque, e passaram por várias cidades, como Bagdade, Karbala e Najaf, consideradas sagradas pelos muçulmanos xiitas.

Qassem Soleimani foi morto no dia 3 de janeiro, num ataque aéreo levado a cabo pelos Estados Unidos.

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As ruas de Kerman, no sudeste do Irão, foram tomadas por dezenas de milhares de pessoas para homenagear o general Qassem Soleimani, cuja morte num ataque de drone dos Estados Unidos no Iraque, na sexta-feira, mergulhou a região numa nova crise e provocou temores de um conflito mais amplo.

Segundo a Reuters, uma autoridade iraniana de alto escalão disse que o Irão está a estudar várias opções para vingar o assassinato. Outras figuras graduadas disseram que o Irão vai repetir a escala da morte de Soleimani quando reagir, mas que escolherá a hora e o local.

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O tumulto desta terça-feira ocorreu no meio da multidão, matando pelo menos 50 pessoas, disse uma autoridade do departamento legista à agência de notícias Isna. Cerca de 210 pessoas ficaram feridas, disse uma autoridade dos serviços de emergência à agência Fars.

Segundo a Isna, o enterro de Soleimani foi adiado, mas a agência não disse por quanto tempo.

“Hoje, por causa do grande congestionamento de pessoas, infelizmente vários de nossos compatriotas que pranteavam ficaram feridos e vários morreram”, disse Pirhossein Kolivand, chefe dos serviços de emergência, à televisão estatal.

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Soleimani, que comandava a Força Quds de elite, montou uma rede de forças apoiadas pelo Irão em todo o Médio Oriente. Ele foi uma figura central na orquestração da longa campanha iraniana para expulsar as forças dos EUA do Iraque.

Ali Shamkhani, secretário do Supremo Conselho de Segurança Nacional, disse que 13 “cenários de vingança” estão a ser cogitados, segundo a agência a Fars. Mesmo a opção mais branda se mostrará “um pesadelo histórico para os americanos”, afirmou.

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O Irão, cujo litoral corre ao longo de uma rota de transporte de petróleo do Golfo Pérsico que inclui o Estreito de Ormuz, tem forças aliadas em todo o Médio Oriente por meio das quais pode agir. Representantes destes grupos, como o palestiniano Hamas e o libanês Hezbollah, compareceram ao funeral em Teerão.