Iraque toma cidade cristã próxima de Mosul; secretário dos EUA visita Bagdad

Soldados da força de elite iraquiana erguem uma bandeira do Iraque na principal igreja de Bartella, Iraque, Sexta-feira, Out. 21, 2016.

O Exército do Iraque invadiu neste Sábado, 22, uma cidade cristã que estava sob controle do Estado Islâmico desde 2014, parte de operações apoiadas pelos Estados Unidos para libertar as entradas de Mosul, o último grande bastião urbano dos militantes no Iraque.

O avanço ocorreu no momento em que o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Ashton Carter, chegava a Bagdad em visita para se reunir com o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, e avaliar a campanha iniciada na Segunda-feira com auxílio aéreo e terrestre da coligação encabeçada pelos EUA.

Um comunicado dos militares informou que unidades do Exército do Iraque entraram no centro de Qaraqosh, cerca de 20 quilómetros a sudeste de Mosul, que realizavam operações para terminar de libertar a cidade, da qual toda a população foi retirada em 2014, quando o Estado Islâmico varreu a região.

No início desta semana, unidades especiais iraquianas capturaram Bartella, vilarejo cristão ao norte de Qaraqosh.

A ofensiva em Mosul deve tornar-se a maior batalha travada em solo iraquiano desde a invasão comandada pelos EUA em 2003. O Estado Islâmico também controla partes da Síria.

O Exército também está a tentar avançar do sul e do leste, enquanto combatentes curdos peshmerga mantêm frentes no leste e no norte.

Na Sexta-feira um fotógrafo da Reuters na frente sul viu colunas de fumaça saindo de uma fábrica de enxofre próxima, que esteve ocupada pelo Estado Islâmico e que fica perto da cidade de Qayyara, enchendo o ar de gases tóxicos.

O centro de imprensa do Exército disse que cerca de 50 vilarejos foram tomados dos militantes desde segunda-feira em operações de preparação para a principal arremetida na cidade de Mosul propriamente dita, onde entre cinco e seis mil jihadistas estão entrincheirados, de acordo com estimativas dos militares iraquianos.

"É o início da campanha. Realmente estamos com um sentimento positivo em relação à maneira como as coisas começaram, em particular dada a natureza complicada desta operação", disse uma autoridade dos EUA que informou os repórteres antes da viagem de Carter a Bagdá.

Durante uma visita a Ancara na Sexta-feira, Carter indicou o seu apoio a um possível papel para a Turquia na campanha e disse ter havido um entendimento em princípio entre Bagdad e Ancara, o que pode pôr fim a uma fonte de tensão.

Reuters