As autoridades do Iraque emitiram um novo plano de reforma neste domingo, 6 de Outubro, após uma noite de confrontos em que forças de segurança abriram fogo contra manifestantes, o que resultou na morte de pelo menos 19 pessoas.
As autoridades reuniram-se durante a noite de sábado, num esforço para responder a cinco dias de protestos que apanharam as autoridades de surpresa e levaram à morte de quase 100 pessoas.
Os funcionários do gabinete lançaram uma série de reformas, que abordavam a distribuição de terras e alistamentos militares, além de aumentar os benefícios sociais para famílias pobres e programas de formação para jovens desempregados.
O primeiro-ministro do Iraque, Adel Abdul-Mahdi, disse ao seu gabinete no final de sábado, em declarações na televisão, que está disposto a reunir-se com manifestantes e ouvir as suas exigências. Ele pediu aos manifestantes que terminassem suas manifestações.
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Os protestos em Bagdad e em várias cidades do sul do Iraque aumentaram desde exigências iniciais de empregos e melhores serviços urbanos , como água e energia, até pedidos para acabar com a corrupção no país de quase 40 milhões de pessoas e rico em petróleo.
No sábado, o parlamento iraquiano tentou responder à crise convocando uma sessão de emergência, mas não conseguiu chegar ao quorum por causa dos legisladores que têm boicotado as sessões parlamentares.
O ex-líder da milícia xiita Moqtada al-Sadr, que lidera o maior bloco de oposição no parlamento, pediu sexta-feira que o governo renuncie e disse que "eleições antecipadas devem ser realizadas sob a supervisão da ONU".
Os protestos são o primeiro grande desafio ao primeiro-ministro Abdul-Mahdi, que formou o seu governo há um ano.
O governo atribuiu a violência a "grupos de incitadores de tumultos" e disse que as forças de segurança estão a a trabalhar para proteger a segurança de manifestantes pacíficos.
O parlamento do Iraque ordenou uma investigação sobre a violência.
Muitos cidadãos iraquianos culpam políticos e funcionários do governo pela corrupção que impediu o país de se recuperar de anos de violência sectária e da batalha para derrotar os militantes do Estado Islâmico, que em determinado momento controlavam grandes áreas nas partes norte e oeste do país.