Alves Gomes cruzou dados do manual do Embraer, entrevistou pilotos, médicos, analisou a investigação em curso e diz que não está provado que o comandante quis se suicidar.
Em declarações ao jornal moçambicano O País e à agência Lusa, Alves Gomes disse ter decidido fazer uma pesquisa para esclarecer o que ele chama de zonas de penumbra.
De acordo com o manual, Alves Gomes diz ter verificado que os pontos 2, 3, 4, 5 e 6, que reportam a decisão do piloto em seleccionar a potência, ver a altitude, velocidade, parâmetros de freios aerodinâmicos, foram operados como recomenda o fabricante.
“Tudo o que o piloto fez coincide, exactamente, com o que está no manual. Não fez nada de anormal. O que há de anormal aqui é que ele iniciou uma descida de emergência. Portanto, é preciso perceber por que é que ele iniciou a descida de emergência”, disse Alves Gomes que continua: “Iniciou esta descida sozinho na cabine do avião, quando o manual refere que este procedimento deve ser acompanhado por outros membros da tripulação”.
Também refere que, durante a descida de emergência, deve haver uma permanente comunicação para identificar a possível incapacitação do piloto. Incapacitação do piloto significa este não poder dominar a aeronave.
O investigador diz ser interessante verificar que embora o relatório faça essa descrição, não refere que estas manobras que foram executadas constam do manual da aeronave, o que, para Alves Gomes, leva a crer que os peritos não conheciam o manual do avião.
Quanto à descida abrupta de 38 mil pés para uma altitude de 592 pés abaixo do nível do solo referida pelo relatório preliminar, Alves Gomes diz já ter sido experimentada no piloto automático mas ele não a aceita.
Conclui então ser algo muito estranho e que a Comissão de Inquérito deve explicar como é que chegou a esta altitude negativa.
Outro aspecto importante destacado por aquele investigador é que, de facto, o co-piloto saiu da cabine, mas não foi obrigado sair como se tem dito.
"Fê-lo naturalmente, de acordo com o que está nas gravações de voz. Mas há um procedimento que não foi cumprido: normalmente, nesta e noutras aeronaves, o que está estipulado depois do 11 de Setembro nos Estados Unidos é que na cabine nunca pode estar um piloto só. Se um piloto sai para fazer qualquer coisa, deve chamar o chefe de cabine para ocupar um lugar dentro da Cabine, e isto não foi feito", diz Alves Gomes.
Em entrevista à Voz da América a seguir ao acidente, Alves descreveu o comandante Hermínio dos Santos Fernandes como um homem sereno, muito capaz e de dificil descontrolo.
O avião da LAM que fazia a ligação entre Maputo e Luanda no passado dia 10 caiu na fronteira entre a Namíbia e o Botswana, provocando a morte dos seus 33 ocupantes.
No passado dia 21, o presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Aviação de Moçambique (INAM), João Abreu, disse em conferência que o relatório preliminar, quase concluído, mostra ter havido o que chamou de "clara intenção" do comandante em provocar o acidente sem, no entanto, explicar as causas dessa conclusão.
De acordo com o manual, Alves Gomes diz ter verificado que os pontos 2, 3, 4, 5 e 6, que reportam a decisão do piloto em seleccionar a potência, ver a altitude, velocidade, parâmetros de freios aerodinâmicos, foram operados como recomenda o fabricante.
“Tudo o que o piloto fez coincide, exactamente, com o que está no manual. Não fez nada de anormal. O que há de anormal aqui é que ele iniciou uma descida de emergência. Portanto, é preciso perceber por que é que ele iniciou a descida de emergência”, disse Alves Gomes que continua: “Iniciou esta descida sozinho na cabine do avião, quando o manual refere que este procedimento deve ser acompanhado por outros membros da tripulação”.
Também refere que, durante a descida de emergência, deve haver uma permanente comunicação para identificar a possível incapacitação do piloto. Incapacitação do piloto significa este não poder dominar a aeronave.
O investigador diz ser interessante verificar que embora o relatório faça essa descrição, não refere que estas manobras que foram executadas constam do manual da aeronave, o que, para Alves Gomes, leva a crer que os peritos não conheciam o manual do avião.
Quanto à descida abrupta de 38 mil pés para uma altitude de 592 pés abaixo do nível do solo referida pelo relatório preliminar, Alves Gomes diz já ter sido experimentada no piloto automático mas ele não a aceita.
Conclui então ser algo muito estranho e que a Comissão de Inquérito deve explicar como é que chegou a esta altitude negativa.
Outro aspecto importante destacado por aquele investigador é que, de facto, o co-piloto saiu da cabine, mas não foi obrigado sair como se tem dito.
"Fê-lo naturalmente, de acordo com o que está nas gravações de voz. Mas há um procedimento que não foi cumprido: normalmente, nesta e noutras aeronaves, o que está estipulado depois do 11 de Setembro nos Estados Unidos é que na cabine nunca pode estar um piloto só. Se um piloto sai para fazer qualquer coisa, deve chamar o chefe de cabine para ocupar um lugar dentro da Cabine, e isto não foi feito", diz Alves Gomes.
Em entrevista à Voz da América a seguir ao acidente, Alves descreveu o comandante Hermínio dos Santos Fernandes como um homem sereno, muito capaz e de dificil descontrolo.
O avião da LAM que fazia a ligação entre Maputo e Luanda no passado dia 10 caiu na fronteira entre a Namíbia e o Botswana, provocando a morte dos seus 33 ocupantes.
No passado dia 21, o presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Aviação de Moçambique (INAM), João Abreu, disse em conferência que o relatório preliminar, quase concluído, mostra ter havido o que chamou de "clara intenção" do comandante em provocar o acidente sem, no entanto, explicar as causas dessa conclusão.