Um alto funcionário da Procuradoria-Geral da República (PGR) de Angola que tinha sob sua responsabilidade vários processos sobre fraude financeira foi encontrado morto na morgue do Hospital Josina Machel na sexta-feira, 6, revelou a polícia nesta segunda-feira, 9.
Your browser doesn’t support HTML5
Em comunicado, a polícia avançou como motivo da morte um acidente de carro por capotamento, mas os familiares de Lucas Chissolucombe dizem tratar-se claramente de um assassinato para queima de arquivo.
Chissolucombe, funcionário sénior de investigalção da PGR, foi dado como desaparecido na quinta-feira, 5, e, segundo familiares, tinha orientações para no dia seguinte executar junto de alguns bancos comerciais o encerramento de contas bancárias ligadas a algumas pessoas sob suspeita de fraude financeira.
Lucas Chissolucombe foi encontrado pelos familiares depois de várias buscas na morgue do Hospital Josina Machel.
Segundo a polícia, uma viatura hiace que funcionava táxi capotou e provocou a morte de Lucas Chissolucombo.
Médicos legistas fizeram autópsia ao corpo de Chissolucombo no Hospital Josina Machel, na presença dos seus familiares, tendo, segundo o tio dele Abel Chivukuvuku colocado de parte a hipótese avançada pela Polícia Nacional.
"Eles (médicos legistas) disseram que não é possível aquelas lesões analisadas no cadáver terem sido causadas por um capotamento, enquanto as declarações da polícia são aldrabices”, avançou Chivukuvuku lamentando que a polícia não esteja ao serviço dos cidadãos “mas ao serviço do regime"
Chivukuvuku considera que Lucas Chissolucombe foi vítima do trabalho que realizava na PGR para desmascarar crimes económicos e financeiros.
"Ele era um investigador da PGR e tinha processos sensíveis sob sua responsabilidade, foi sendo ameaçado ao longo do tempo com tentativas de suborno e isto levou a sua morte, alguns dos seus colegas do SIC foram encontrados com o telefone da vítima no aeroporto no sábado, penso que houve tentativa de apagar evidências também e temos informações de que um jeep foi à casa dele na quinta à noite provavelmente o assassinar “, denuncia Abul Chivukuvuku que prometeu entregar os nomes das pessoas à PGR.
O também presidente da CASA-CE disseenviar “uma palavra ao meu irmão e companheiro João Lourenço, ou ele se assume como líder para a mudança em todos os níveis da vida nacional ou então será mesma coisa e ele saberá que não terá futuro."
A VOA tentou por telefone falar com a polícia e um alto funcionário da PGR presente na morgue, mas ambos não se mostraram disponíveis para falar.