Perante sinais de invasão estrangeira na indústria têxtil em Angola, com realce para a chinesa, industriais angolanos querem que o governo tome medidas para garantir o futuro desse ramo industrial em Angola.
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Mas se alguns defende medidas protecionistas outros dizem que a defesa da indústria angolana passa também por outros fatores.
Mas o sector têxtil é bem mais vasto, abarcando, entre outras, as áreas de fiação, tingimento e confecções e por aqui começa o olhar do empreendedor Áuzer Benchimol, formador e proprietário de uma pequena unidade, que alerta para a importância de mecanismos de defesa dos nacionais,
“Isso não está a existir, permitindo que não só os chineses venham com a produção nacional deles, já feita, algumas com base nos conhecimentos que eles vão adquirindo aqui, daquilo que nós usamo e, isso acaba por dificultar o aparecimento da indústria nacional”, lamentou
Aquele empreendedor refere que “estamos a ir comprar as matérias-primas a eles, transformar aqui, com custos desde a transportação , os impostos e custos de energia, por isso pedimos legislação que proteja algo que já tivemos no passado, quando tínhamos fábricas de produção de tecidos”.
Benchimol avisa que o sector têxtil sem a protecção das autoridades perde milhares de postos de trabalho.
“Criando a legislação, estariam a controlar estes indivíduos, a controlar ou regularizar a importação desse tipo de produto acabado, algo que podemos fazer”, disse.
“. Não aceito que tenhamos de acrescentou o especialista, ao assinalar que “a indústria têxtil, quer queiramos, quer não, emprega muita gente, inclusive portadores de deficiência”.
O economista Osvaldo Cruz também fala em protecção dos nacionais, nem tanto no domínio das leis,
“É muito importante proteger a nossa indústria, não no sentido de dizermos que a concorrência não entra< disse afirmando que essa proteção “é acima de tudo preparar o ambiente de negócio, devemos investir na energia e água, na infraestruturação, assim os nossos empresários podem ter alguma possibilidade de ombrear com os outros”.
“Não podemos descorar o acesso às tecnologias e, principalmente, a formação contínua”, acrescentou o economista.
O objectivo imediato do Governo angolano neste domínio, transmitido pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica, José de Lima Massano, e patente no Orçamento Geral do Estado, é diminuir os custos com a importação de vestuário, estimados em 500 milhões de dólares anuais.
Para o efeito, as autoridades começam por incentivar a produção de algodão com 330 mil milhões de Kwanzas, tendo em vista o funcionamento de três fábricas, todas com entidades privadas na gestão e que foram recuperadas há quase dez anos nas províncias de Luanda, Benguela e Kwanza Norte, num investimento público de mil milhões de dólares.