Um anunciado programa de 200 milhões de dólares de apoio ao ensinio superior em Angola está a merecer opiniões divergentes de personalidades ligadas ao setor com alguns a manifestarem dúvidas da sua aplicação e outros a mostrarem-se optimistas quanto a um novo período nesse ensino.
Os criticos fazem notar que é preciso não só ter planos concretos, mas também melhorar o nível daqueles que entram no ensino superior.
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A vice-presidente da República de Angola, Esperança da Costa, anunciou recentemente no Huambo um fundo de 200 milhões de dólares para apoiar o ensino superior, em particular no aumento ao acesso, garantia da qualidade e reforço do setor com novos cursos.
O anúncio da governante é feito num contexto em que Angola continua sem ter nenhuma universidade no ranking das 100 melhores instituições de ensino superior no continente.
O professor Ovídeo Pahula, da Faculdade de Direito da Universidade Mandume Ya Ndemufayo, pede que mais do que os anúncios se sinta de fato o investimento no ensino superior com programas concretos.
“É importante que haja realmente coisas palpáveis para dizer, por exemplo que a Faculdade de Direito da Universidade Mandume através do seu conselho científico lhe foi alocado x para a investigação científica”, exemplifica.
Para o presidente da mesa da Assembleia-Geral do Sindicato Nacional dos Professores do Ensino Superior (SINPES), António Nahambo, está para acontecer um verdadeiro investimento no ensino superior, a começar pela melhoria da preparação daquees que vão para o ensino superior.
“Fazer investimentos só a nível de aparelhos e não fazer investimentos ao nível do ser humano é a mesma coisa que dar um carro a alguém sem carta de condução”, afirma Nahambo, acrescentando que "quando não há vontade para se fazer algo de concreto, não é possível chegarmos aos patamares onde realmente queremos chegar”.
A falta de reconhecimento dos professores através do salário é um problema que coloca o ensino superior numa condição frágil alerta o sindicalista.
“São reivindicações do sindicato, reivindicações dos trabalhadores, da universidade, dos docentes. Não se pode admitir por exemplo que um professor catedrático esteja a ter um salário inferior a um cidadão, por exemplo, que que trabalha na Sonangol, numa AGT, não se percebe”, diz.
A académica e investigadora Fernanda Lajes diz que o atual momento do estado de investigação nas universidades públicas, sobretudo, é pouco apelativo, mas acredita nos programas gizados pla tutela tutela para incentivar a investigação científica.
Ela cita como exemplos o projeto de desenvolvimento de ciência e tecnologia e o programa de apoio e criação para a investigação neste momento em curso.
Fernanda Lajes espera que esses programas tragam resultados.
“Eu espero que todos esses programas que têm sido lançados pelo Ministério tenham de fato efeito, possam apoiar realmente as instituições e os seus quadros a melhorar e pôr Angola no mapa de países em que realmente se faz investigação de qualidade”, conclui.
Quem acredita em dias melhores para o ensino superior com o fundo agora anunciado é o decano da Faculdade de Direito da Universidade Mandume Ya Ndemufayo, Abraão Mulangui.
“Pelo que nos chega ao conhecimento oficial, dias melhores se avizinham para o nosso trabalho estará disponível isso pela comunicação que a vice-presidente fez no Huambo uma verba de apoio às instituições de ensino superior e não só o que permitirá melhorar a investigação as públicas e o apetrechamento de relatórios”, afirma Mulangui.
A Voz da América tentou sem sucesso ouvir o Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação.