Insurgência paralisa a economia de Cabo Delgado, dizem autoridades

Rua do monumento da Emulação Socialista, cidade de Pemba, Cabo Delgado, Moçambique

O Governo provincial de Cabo Delgado diz que praticamente toda a actividade económica está suspensa na maior parte da província, sendo de destacar o facto de este ano a Montepuez Ruby Mining ainda não ter realizado os seus habituais leilões, por causa de ataques de insurgentes.

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Insurgência paralisa a economia de Cabo Delgado, dizem autoridades

O mais recente leilão da Montepuez Ruby Mining (MRM), realizou-se em dezembro de 2019, em Singapura, e rendeu 71, 5 milhões de dólares à companhia, que se apresenta como a principal investidora na extração de rubis naquela província.

O diretor provincial da Indústria e Comércio em Cabo Delgado, Nocif Francisco Magaia, afirmou que, devido a ataques terroristas, a circulação em estradas que dão acesso a locais de produção, incluindo unidades industriais, está bastante dificultada.

"Este ano não tivemos leilões da Montepuez Rub Mining, há um retardamento de investimentos estruturantes, por exemplo, a nova fábrica de cimentos, e há destruição de equipamentos em algumas regiões da província", lamentou Magaia.

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Ele avançou que, além disso, os ataques da insurgentes estão a perturbar =a comercialização da castanha de cajú, um dos principais produtos de exportação de Cabo Delgado, que dá emprego a, pelo menos, 265 mil pessoas.

Segundo Magaia, alguns comerciantes e proprietários de unidades industriais já se transferiram para a zona sul, tida como a mais segura da província.

Talhões para os deslocados

Entretanto, arrancou esta quinta-feira, o descongestionamento da cidade de Pemba, para onde se haviam refugiado milhares de pessoas, na sequência dos ataques terroristas a distritos do norte e centro da província.

Trata-se da primeira fase de um processo que vai abranger trinta e oito mil famílias que abandonaram as suas zonas de residência em zonas de conflito, abrigando-se, maioritariamente, em casas de familiares em Pemba.

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Moçambique/ Cabo Delgado: Deslocados sem emprego nem onde morar

Os deslocados beneficiaram de talhões para a construção de habitações e abertura de explorações agrícolas, no distrito de Ancuabe, sul da província, num processo dirigido pelo Secretário de Estado de Cabo Delgado, Armindo Ngunga.

Refira-se que em declarações a jornalistas, esta semana, o bispo de Pemba Dom Luiz Fernando Lisboa, afirmou que "Pemba já estava superlotada, e calcula-se que sejam quase 100 mil pessoas a mais na cidade de Pemba".

A província de Cabo Delgado, desde 2017, tem sido alvo de ataques terroristas, que de acordo com as autoridades, já provocaram a norte de várias centenas de pessoas e milhares de deslocados.