Em Moçambique, operadores da área do turismo dizem que a tensão política está a retrair os investidores, havendo já indicação de que mais de meia dezena de estancias turísticas fecharam as portas um pouco por todo o país, "empurrando" para o desemprego centenas de pessoas.
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O Verão já começou e, diferentemente dos anos anteriores, ainda não é visível a romaria de turistas às praias moçambicanas.
Os operadores dizem que, este ano, o turismo vai sentir um forte abanão, caso prevaleça o clima de instabilidade política.
Actualmente, o sector emprega cerca de 300 mil pessoas e representa 3,4 por cento do Produto Interno Bruto(PIB), mas acredita-se que as cifras seriam maiores se não houvesse constrangimentos.
Analistas dizem que a rentabilidade das empresas neste sector é afectada por uma série de restrições no ambiente de negócios, mas para Albino Malileco, secretário da Associação dos Operadores Turísticos, neste momento, a tensão política é o factor principal.
Em 2013, as receitas do turismo atingiram 222 milhões de dólares, contra 195 milhões do ano anterior.
No mesmo ano, em termos de investimento, este sector recebeu 870 milhões de dólares, representando um aumento relativamente a 2012, em que o valor foi de 696 milhões de dólares.
Nos últimos anos entraram em funcionamento 578 novos estabelecimentos de hotelaria e restauração, o que fez com que o número de camas subisse para mais de 45 mil, mas a atraccão de clientes está a ser difícil.
Anthonny Kooner, turista sul-africano, disse-nos ter conhecimento de pessoas que procuram outros destinos turísticos, mas destacou que, apesar dos baixos níveis de serviços em algumas estancias turísticas, da corrupção e da má reputação na questão da segurança em Moçambique, normalmente, ele passa as suas férias em Inhambane, sul do país. "É maravilhoso", diz ele.
Ao nível de Maputo, que tem acolhido a maior parte dos veraneantes, a situação também não está muito boa em termos de reservas para os próximos meses, que constituem o pico da época turística em Moçambique, tal como indicou Luís Malagissa, gerente do Hotel Terminus.
Entretanto, o ministro moçambicano do Turismo diz que todas as questões que se levantam neste sector estão a ser tratadas.
Silva Dunduru afirmou que até ao ano 2025, Moçambique será o destino turístico mais vibrante e dinâmico de África, devendo acolher mais de quatro milhões de turistas por ano.