Em Moçambique, alguns analistas dizem que uma das causas da fraca adesão ao recenseamento eleitoral pode ser a insatisfação dos cidadãos com a actual situação política e económico-social no país.
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Tal inclui o não esclarecimento da questão das chamadas dívidas ocultas e a prevista eleição indirecta dos presidentes de municípios.
Faltando uma semana para o fim do registo eleitoral, as autoridades dizem terem sido recenseados pouco mais de 5.3 milhões de potenciais eleitores, dos cerca de oito milhões previstos, para as municipais de Outubro deste ano.
O Secretariado Técnico de Administração Eleitoral-STAE, desdobra-se em acções tendentes ao cumprimento da meta, mas o analista Manuel Alves duvida que isso seja possível, porque, na sua opinião, há uma grande insatisfação dos cidadãos, com a actual situação no país.
Referiu que a falta de esclarecimento questão das dívidas ocultas e de alguns crimes que ocorrem no país, "e isso provoca insatisfação e falta de confiança das pessoas nas instituições do Estado".
O STAE até decidiu prolongar o horário de trabalho dos agentes recenseadores e colocou geradores de corrente eléctrica em alguns postos de recenseamento, de modo a que possa ser registado o maior número possível de pessoas, mas diz que não há lugar para a prorrogação do processo.
Alguns partidos políticos haviam sugerido a prorrogação do prazo de recenseamento.
O analista Filipe Madinga considera que mesmo se houvesse prolongamento, "não mudaria nada, porque pura e simplesmente, as pessoas não se iriam recensear, já que para elas, isso não muda nada nas suas vidas".
O pacote sobre a descentralização acordado entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e Afonso Dhlakama, que prevê uma eleição indirecta dos presidentes de municípios, é outro factor apontado por Francisco Matsinhe como estando a contribuir para a fraca adesão ao registo eleitoral.