Cabo Verde mantém a segunda posição no Índice Ibrahim de Governação Africana 2015, mas registou uma avaliação negativa nos últimos cinco anos.
São Tomé e Príncipe ocupa o 13º lugar e Moçambique a 21ª posição, enquanto Angola e Guiné-Bissau estão na parte inferior do Índice.
Segundo os dados publicados nesta segunda-feira, em Londres, pela Fundação Mo Ibrahim, Cabo Verde somou 74,5 pontos numa escala de 100, menos 0,8 do que no ano passado, mas mantém-se acima da média geral de 50,1 pontos e da média regional da África Ocidental de 52,4 pontos.
O arquipélago, regrediu nas categorias de segurança e Estado de Direito, participações e direitos humanos.
As melhorias aconteceram a nível do Estado de Direito, segurança pessoal, infra-estruturas, educação e saúde.
O segundo lusófono melhor colocado é São Tomé e Príncipe que ocupa a 13ª posição, apesar de ter caído um lugar em relação a 2014.
Ainda assim, é o país com melhor classificação na categoria de boa governação na África Central.
O arquipélago melhorou em três das quatro categorias: segurança e Estado de Direito, oportunidades económicas sustentáveis e desenvolvimento humano.
A nota negativa acontece na categoria de participação e direitos humanos.
Ainda na primeira metade do Índice Ibrahim de Governação Africana 2015, Moçambique subiu para o 21º. Lugar (22º. Em 2014), apesar de a avaliação geral ter piorado ligeiramente desde o ano passado.
A avaliação desceu 0,2 pontos para 52,3 pontos numa escala de 100, prejudicada pelo mau desempenho nas categorias de segurança e Estado de Direito e oportunidades económicas sustentáveis.
A evolução positiva foi registada nas categorias de participação e direitos humanos e desenvolvimento humano.
Com uma avaliação superior à média geral de 50,1 pontos, o país está ainda abaixo da média regional da África Austral, que é de 58,9 pontos.
Por sua vez, Angola melhorou marginalmente, mas desceu três lugares, ocupando agora o 43.º posto num total de 54 países.
De acordo com o relatório deste ano, produzido com base em dados de 2014, a governação em Angola recolheu uma pontuação de 40,8 numa escala de 100, mais 0,1 do que no ano passado.
As categorias que registaram melhorias foram a participação e direitos humanos e desenvolvimento humano, enquanto o país registou retrocessos na categoria de oportunidades económicas sustentáveis.
Finalmente, a Guiné-Bissau subiu três posições (45º.), mas mantém-se no grupo dos 10 piores países.
A pontuação somada foi de 35,7 pontos numa escala de 100, mais 3,8 pontos do que em 2014.
Tal como no ano passado, regrediu nas quatro categorias, mas teve melhorias nas subcategorias de segurança nacional, igualdade de género, ambiente de negócios, infraestruturas, educação e saúde.
A Guiné-Bissau continua abaixo da média geral de 50,1 pontos e da média regional da África Ocidental de 52,4 pontos.
O Índice Ibrahim de Governação Africana faz uma avaliação assente em quatro categorias: Segurança e Estado de Direito, Participação e Direitos Humanos, Oportunidades Económicas Sustentáveis e Desenvolvimento Humano, divididas por 14 subcategorias.
Usa 93 indicadores e informação recolhidos junto de 33 instituições globais.
O Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) revela que, ao longo dos últimos quatro anos, o progresso da governação em África estagnou e revela um panorama de transformação.
Durante o período de 2011-14, a pontuação média africana da governação global no IIAG registou um ligeiro aumento de apenas +0,2 pontos, encontrando-se agora em 50,1 (numa escala de 100,0), com mudanças de desempenho nos últimos quatro anos em todos os indicadores do Índice, tanto a nível de países, como de categorias.
A tendência continental em termos de governação global dissimula desempenhos variáveis a nível regional e um aumento da disparidade entre as regiões.
A África Austral continua a ser a região com melhor desempenho, apresentando uma pontuação média de 58,9, seguida pela África Ocidental (52,4), pela África do Norte (51,2) e pela África Oriental (44,3).
A África Central é a região com a classificação mais baixa, registando uma pontuação média de 40,9, e é a única região que tem vindo a deteriorar-se desde 2011.
As Maurícias continuam a liderar o Índice, seguidas de Cabo Verde, Botswana, Africa do Sul e Namíbia.