Um estudo do Centro de Integridade Pública (CIP) diz que a dívida de Moçambique com a China cresceu de cerca de 45 milhões de dólares, em 2010, para 2.1 biliões de dólares em 2018, e alerta que em caso de incumprimento de pagamento, Pequim pode confiscar alguns activos moçambicanos.
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De acordo com o CIP, na sequência da descoberta das chamadas dívidas ocultas, Moçambique ficou sem poder contar com o apoio ocidental ao seu Orçamento de Estado, tendo-se inclinado para a China, que não impõe condições políticas nem económicas na sua cooperação com os países em desenvolvimento.
Veja Também Vida de moçambicanos cada vez mais prejudicada pelo alto endividamento do paísA pesquisadora do CIP, Leila Constantino afirma que relatórios sobre o endividamento moçambicano indicam que em 2010, a dívida com a China era de 45 milhões de dólares, mas em 2018 já tinha crescido para 2.1 biliões de dólares.
Ela avançou que, neste momento, a dívida moçambicana com a China, é a maior que Moçambique tem com um único país, "e esta dívida representa cerca de 20.2 por cento do total da dívida externa de Moçambique, e cerca de 13.2 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), do país".
Créditos são bastante onerosos.
Aquela pesquisadora anotou que esta dívida representa enormes riscos fiscais, o primeiro dos quais é o cambial, porque uma vez que ela é denominada em dólares, e dada a presente situação de depreciação do metical face ao dólar, "esta dívida vai aumentando ao longo do tempo".
Além disso, as dívidas com a China são praticadas a uma taxa de juro de 1.5 porcento, "o que revela que estes créditos são bastante onerosos. Isto afeta a disponibilidade de recursos para financiar os gastos com a Covid-19, exactamente porque o país tem que pagar essas dívidas".
Veja Também Economistas angolanos alertam para perigos do financiamento chinêsEla alertou que "em caso de incumprimento, Moçambique "pode estar a ver-se numa situação de ter que penhorar alguns activos, e temos o caso do Quénia em que a China confiscou o porto de Mombaça, por incumprimento do pagamento da dívida".
"São vários riscos associados a esta dívida que está a lesar os cofres do Estado. Para este caso específico, a recomendação que o CIP faz é que o Governo tem renegociar a dívida com a China, no âmbito do processo de perdão das dívidas presentemente em implementação", referiu Leila Constantino.
Fonte oficial disse que tudo está acautelado, relativamente a esta questão.