Incêndio em fábrica no Bangladesh mata pelo menos 25 pessoas

Incêndio numa fábrica do Bangladesh. Set. 10 2016

Pelo menos 25 pessoas morreram e 70 ficaram feridas em um incêndio provocado pela explosão de uma caldeira numa fábrica de embalagens ao norte de Dhaka, no Bangladesh, informaram fontes médicas.

"O balanço é de 25 mortos e 70 feridos", afirmou Parvez Mia, médico do hospital público de Tongui, o subúrbio industrial ao norte de Dhaka onde aconteceu a tragédia.

"Muitos feridos apresentam queimaduras. Levámos os mais graves aos hospitais de Dhaka", acrescentou o médico.

O electricista da fábrica, Mohammad Rokon, disse que ouviu a explosão e sentiu um tremor: "De repente o tecto começou a cair sobre mim. Quase fiquei inconsciente. Mas forcei-me a sair com a ajuda da lanterna do meu telefone", contou Rokon à AFP na cama do hospital.

No momento da explosão, cerca de 100 pessoas trabalhavam no prédio de quatro andares, situado no subúrbio industrial de Tongi.

O incêndio teve início às 6h00 locais.

"Pelo que sabemos havia produtos químicos acumulados no térreo, o que fez com que o incêndio se propagasse com grande velocidade", afirmou à AFP o chefe de polícia Tahmidul Islam.

As chamas ainda não foram controladas e outro policial, Sirajul Islam, anunciou temer o aumento do balanço de vítimas.

A fábrica produz embalagens plásticas destinadas à indústria de alimentos.

Os incêndios em pequenas fábricas de Bangladesh são um problema crónico, em especial na indústria têxtil.

Em 2012, o incêndio numa fábrica de tecidos matou 111 pessoas. No ano seguinte, outro incêndio provocou a morte de sete operários e em 2015 faleceram 13 trabalhadores vítimas das chamas.

A maior tragédia industrial, no entanto, aconteceu em Abril de 2013: o desabamento de um edifício que abrigava fábricas têxteis provocou a morte de 1.100 pessoas.

Com custos reduzidos, motivados por salários muito baixos, longas jornadas e precárias condições de trabalho - incluindo as questões de segurança - o Bangladesh transformou-se no segundo exportador mundial de têxteis, atrás apenas da China.

AFP