Apesar de Angola ter subido três lugares na Índice Mundial da Liberdade de Imprensa 2021, da organização Repórteres Sem Fronterias (RSF), o país está num claro retrocesso da liberdade de imprensa, de acordo com jornalistas, enquanto o ministro responsável pelo sector diz estar satisfeito com a posição e garante fazer mais para a melhoria da actividade da imprensa.
Your browser doesn’t support HTML5
“Não existe liberdade de imprensa em Angola, na minha opinião, e temos vivido retrocessos na governação de João Lourenço, e como exemplo temos o facto da suspensão das licenças das televisões ZAP, VIDA TV e a TV Record”, afirma Mariano Bras, director do jornal O Crime, quem lembra que “quase todos os jornais privados desapareceram”.
Posição idêntica tem a jornalista Luisa Rogério, presidente da Comissão da Carteira e Ética.
“Durante algum tempo não tivemos um jornalista detido, o facto de termos tido um jornalista detido e por sinal quem denunciou práticas de corrupção é um claro sinal de retrocesso da liberdade de imprensa”, afirma Rogério, em referência à detenção do jornalista Francisco Rasgado, que hoje foi absolvido por um tribunal em Benguela.
A este cenário, Anastácio Sassembele, jornalista da Radio Ecclésia, acrescenta “as dificuldades no acesso às fontes governamentais, a criminalização da actividade jornalística e a condição social dos profissionais”.
Num encontro com jornalistas nesta segunda-feira, 3, em Luanda, o ministro das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação, Manuel Homem, considerou que a posição de Angola no Índice da Liberdade de Imprensa da RSF, 103º., é “ modesta se considerarmos que o ranking faz a avaliação de cerca de 180 países”.
Entretanto, ele reiterou que o Executivo defende o ajustamento de um quadro legal para harmonizar intervenientes do sector.