A Igreja Católica em Moçambique pediu ao Governo e à Renamo para que acabem com a instabilidade militar e retomem o diálogo no país.
Em resposta, o Presidente da República Filipe Nyusi disse não a ser possível falar com Afonso Dhlakama.
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Os bispos criticam a incoerência dos discursos políticos e manifestaram esta preocupação num encontro mantido entre Filipe Nyusi e membros da Conferência Episcopal moçambicana.
"Diante destes e de muitos outros clamores que chegam até nós, deploramos a incoerência entre o que se diz é o que se faz”, começou por afirmar Dom Francisco Chimoio, que apelou ao “Governo e à Renamo para o abandono absoluto das armas, a retomada imediata do diálogo eficaz entre as partes em conflito, envolvendo outras forças vivas da sociedade”.
Os bispos apelam também “a todos os cidadãos e a todas as instituições da sociedade e aos cristãos em particular para que se empenhem na construção da paz, através de gestos de reconciliação de convivência civil e democrática de respeito pelas diferenças, de co-responsabilidade no desenvolvimento do país".
O Presidente da República manifestou a sua disponibilidade em retomar o diálogo, porém Filipe Nyusi diz estar a ser impossível restabelecer o diálogo.
"Eu quero falar com Dhlakama, não está a ser possível, os intermediários não conseguem, da experiência do contacto que tive com Dhlakama foi muito produtivo em duas horas no primeiro dia e em duas horas no segundo dia, conseguimos desbloquear o problema dos deputados da Renamo que não aceitavam tomar posse na Assembleia da República”, disse Nyusi
O líder da Renamo Afonso Dhlakama não é visto em público há mais de um mês e as reacções do seu partido vem Assembleia da República, onde o secretario geral Manuel Bissopo,manifestou a disponibilidade de retomar o diálogo político.
"Queremos aqui e agora manifestar a nossa disponibilidade para esse desafio de modo a devolver a estabilidade ao nosso país, todavia, devido ao alto nível de desconfiança prevalecente sobretudo a partir do dia 9 de Outubro, para a Renamo a saída para esta crise político-militar é encontrar um ambiente de diálogo em que o formato seja composto por actores sérios, idóneos, comprometidos com a paz, independentes do regime, nacionais e, sobretudo, internacionais", disse Manuel Bissopo.