Moçambique precisa de diversificar o sector produtivo e não depender apenas de mega-projectos da indústria extractiva.
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Este é um dos grandes pontos abordados no livro “Questões sobre Desenvolvimento produtivo em Moçambique", que o Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) lança na tarde desta terça-feira, em Maputo.
Nelsa Massingue, da equipa editorial, disse à VOA que Moçambique, apesar de estar a receber avultadas somas de investimento, tem uma base produtiva muito afunilada e centrada na indústria extractiva.
Ela afirmou que há muitas empresas que funcionam para suportar o investimento directo estrangeiro, nomeadamente nas áreas de transportes, logística e turismo, o que não é sustentável.
Massingue recordou que a extracção tem prazo, daí que seja “preciso usá-la para gerar novas actividades que possam ter continuidade no país”.
E deu um exemplo: “A maior parte da comida que a gente consome internamente é importada,” mas as receitas desses megas empreendimentos podem ser usadas para dinamizar outras áreas, como a indústria alimentar.
Massingue, que assina no livro um artigo sobre as tendências do investimento do sector privado, disse ser preciso agir com urgência para que a economia moçambicana não se torne dependente da indústria extractiva e venha a sofrer consequências como a actual inflação.
No geral, o livro, disponível em português e inglês, aborda o crescimento económico, investimento privado e desenvolvimento rural.
Além de Massingue, são co-editores Carlos Nuno Castel Branco e Carlos Muianga. Os textos são assinados, entre outros, por Sérgio Chichava, Euclides Gonçalces e Epifánia Langa.
O livro resulta de investigação que o IESE realizou no âmbito do Programa de Desenvolvimento do Sector Privado, coordenado pelo Fundo do Ambiente de Negócios (FAN), iniciativa financiada pela Danida.