Há que mudar estratégia de projectos de desenvolvimento, diz engenheiro da ADRA

Um engenheiro da Associação de Desenvolvimento Rural e Ambiente, ADRA, diz que o governo de João Lourenço tem que mudar de estratégia quanto aos projectos de desenvolvimento para a agricultura e outros.

Fernando Pacheco diz que programas económicos actuais arriscam-se a falhar se o governo não alterar a forma que fizeram fracassar os projectos da anterior governação.

Fernando Pacheco é engenheiro agrónomo e considera que os projectos até agora concebidos pelo governo angolano para desenvolver o pais na agricultura em especial e outras áreas fracassaram porque o executivo tem adoptado formas erradas no que chamou de projectos “chave na mão”, onde tudo veio de fora, inclusive os recursos humanos e quando estes se foram, nada restou para a nossa economia.
"Muito dinheiro foi mal gasto em projectos tipo chave na mão na agricultura, contratou-se assistência técnica caríssima e os resultados destes projectos foram nulos”, disse.

“Não se desenvolveram projectos estruturantes como por exemplo na produção de fertilizantes e de sementes, na investigação, que hoje seriam fundamentais para o desenvolvimento da actividade agrícola", disse.
Quanto aos projectos actuais, o especialista adverte para o perigo de se repetirem os mesmos erros da gestão anterior do país.

Pacheco diz que outro problema é que não existe em Angola um grande número de empresários.

“Para desenvolvermos a nossa economia do modo como precisamos quer na agricultura, na indústria ou noutro sector qualquer, nós precisamos de milhares de empresas que hoje não existem, e se não existem a prioridade é criarmos e fazer crescer estas empresas", disse.

O engenheiro agrónomo defende também a mudança de atitude do investidor angolano.
"O angolano tem horror ao pequeno, gosta de coisas grandes, um angolano por exemplo no ramo agrícola nunca fez agicultura quando vai à procura de um projecto quer logo começar com um projecto de mil hectares ou de um milhão de dólares, quando ele nunca fez nem um hectar se quer", disse