A proliferação de partidos políticos em Angola não fraz qualquer benefício para a democracia angolana e alguns analistas consideram que muitos desses partidos são formados apenas tirar benefícios económicos na época de eleições
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Muitos partidos, pouca oposição , dizem angolanos - 3:02
Com a legalização do Partido Liberal esta semana subiu para 14 o número de partidos políticos legalizados no país e muitos eleitores consideram que a maioria deles não tem qualquer impacto ou significado.
Para Fabio Mbaxi “devíamos ter uma oposição mais empenhada, de facto, nas resoluções dos problemas do país. Uma oposição que enfrentasse, de facto, o poder político no sentido de melhorar as condições socio-económicas dos cidadãos angolanos”.
Edgar Manuel, funcionário público, afirma que, entre os 14 partidos da oposição existentes em Angola apenas a UNITA se destaca pela sua presença constante na sociedade
PRS diz que partidos são ignorados pela comunicação social do estado
Rui Malopa, vice-presidente do PRS, justifica a pouca visibilidade do seu partido com a falta de espaço na comunicação social angolana.
“Já chegamos à conclusão que se tivermos que depender dos órgãos de comunicação públicos, nunca teremos essa possibilidade” disse acrescentando no entanto que “ o PRS está na rua, está em contato com as comunidades, as nossas estruturas vão ao encontro das comunidades”.
O secretário de Comunicação e Marketing da UNITA Evaldo Evangelista concoda com as criticas feitas a partidos da oposição , afirmando que , alguns partidos de serem meramente "decorativos", surgindo apenas em época de eleições.
Partidos eleitorais transformam política em “grande negócio”
Por seu lado, o analista político Daniel Pereira também compartilha esta visão, afirmando que existem no país partidos conhecidos como "partidos eleitorais", que limitam sua actuação à época das eleições.
“São partidos que têm um objetivo que é receberem aqueles valores da participação, cerca de 80 milhões, 86 milhões de Kwanzas para os preparativos das eleições e receber aquela dotação orçamental destinada às eleições que são em volta de um milhão e qualquer coisa de dólares”, disse
“É preciso prestarmos atenção, muitos desses atores não têm o objetivo de chegar à Assembleia Nacional, mas sim receber aquele dinheiro e depois darem um outro destino”, acrescentou
Agostinho Sicato outro analista diz que a política em Angola “passou a ser um grande negócio, um negócio bastante lucrativo”.
“A maior parte desses indivíduos também sem capacidade criam partidos políticos apenas para sugar dinheiro dos confres Estado para as eleições”, disse.