Huíla: Mais um caso de alegada corrupção avança para a fase final do julgamento

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Lubango, Angola

O tribunal provincial da Huíla começa a ler no próximo dia 30 os quesitos produzidos nas sessões de julgamento em que são acusados pelos crimes de peculato, corrupção activa e passiva e falsificação de documentos, o antigo director-geral do Instituto Superior Politécnico da Arimba (ISPH) e dois empresários.

Manuel Sanhado Neto, o principal visado no processo, começou a ser julgado a 28 passado por alegado desvio de mais de 54 milhões de kwanzas, que seriam destinados à compra de equipamentos para a montagem de cinco laboratórios.

A aquisição dos laboratórios daquele Instituto Superior da Universidade Pública Mandume Ya Ndemufayo, seria feita em 2014 num orçamento de 122 milhões de kwanzas.

O Ministério Público, na voz do procurador Joaquim da Silva, acusa o antigo gestor do ISPH, Manuel Sahando Neto, de peculato.

“Dúvidas não existem meritíssima juíza de que, o arguido Manuel Sahando Neto, seja o autor do crime de peculato. Da sua acção ilícita resultou um prejuízo patrimonial ao Estado calculado em sessenta e nove milhões setenta e sete mil e 131. 29 Cêntimos", disse.

O advogado de defesa do principal arguido, Vicente Lombe, rejeitou em audiência a acusação de peculato ao constituinte e disse mais.

“Se o Ministério Público o acusasse da violação da lei da execução orçamental aí estaria, entre parêntesis, em bom caminho. Verificou-se que Manuel Sahando Neto nunca teve nenhuma intenção de querer se apropriar do bem do estar, apenas queria fazer o bem em prol da instituição que estava a dirigir”, defendeu.

O julgamento que está a ser conduzido pela juíza Edna Bebeca envolve ainda 12 funcionários do ISPH.

Para a aquisição de laboratórios de biologia, informática, física, geologia, zoo veterinária e agronomia o Estado angolano havia alocado 122 milhões de kwanzas, ao ISPH, o que não se efectivou.

Para o ano académico 2021 e 2022, a instituição viu-se forçada a suspender o ingresso de novos candidatos nos cursos de engenharia por falta de condições de laboratório e de professores.