Huíla: Procuradoria ultima processo do Governador contra professores

  • Teodoro Albano

Huíla: Procuradoria ultima processo do Governador contra professores

Os professores - através do sindicato - já têm contratada a associação Mãos Livres para uma eventual batalha judicial

Professores versus Governador

A Procuradoria Geral da República da Huíla diz ter, praticamente, concluído o processo que envolve o governador província Isaac dos Anjos e os professores que protestaram na marcha de 2 Outubro de 2010 exigindo os salários em atraso.

A instrução do processo-crime 3920/10, que corria na Polícia de Investigação Criminal, já terá terminado, pelo menos a julgar pelas palavras do procurador da República na região, Justo Bartolomeu.

Segundo aquele responsável, o Ministério Público, remeteu ao gabinete do chefe do executivo da Huíla, um ofício a solicitar que Isaac dos Anjos dê a última palavra para decidir se avança ou não com o processo.

Justo Bartolomeu considera que “como ele também é o ofendido (ou o governo da província em si é ofendido) como dirigente da província não devemos introduzir esse processo sem ouvir realmente alguns esclarecimentos", por parte do Governador.

Adiante ser Isaac dos Anjos "quem vai decidir, em princípio, se mantém ou não a sua ideia de introduzirmos o processo ao Tribunal. Mas, por falta de tempo, acho que há uma incompatibilidade muito grande. Já fizemos esse ofício há alguns dias e ainda não recebemos resposta.”

Caso o processo avance, os professores - através do sindicato - já têm contratada a associação Mãos Livres para uma eventual batalha judicial. O coordenador da associação Mãos Livres na região Sul, Jeremias Simão, confirmou o contacto com o Sindicato de Professores da Huíla e está pronto a prestar assistência jurídica.

Em declarações à Voz da América, Simão refere que “se, de facto, se está na fase em que se aguarda o pronunciamento do governador ou não, isso para nós não faz muita diferença. No que nos toca é que os professores enfrentam um processo nos órgãos de justiça e é este processo que nós vamos defender.”

Na base do litígio judicial estão palavras injuriosas supostamente proferidas pelos professores durante a marcha, que terão manchado a honra e o bom nome do chefe de executivo da Huíla que, por este facto, chegou a exigir dos professores que se retratassem publicamente, coisa que nunca chegou a acontecer.