O ministro da Justiça e Direitos Humanos de Angola considerou ontem ter havido“excessos” de manifestantes e da polícia no passado dia 11 de novembro, apontando um contexto de “tensão e nervosismo” em que a “interferência política estragou o diálogo”.
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Francisco Queiroz, que falava após um encontro com a delegação europeia, em Luanda, no qual foi abordada a situação da covid-19 e os reflexos que teve sobre os direitos humanos, reconheceu que “o estado de pandemia criou dificuldades económicas e sociais, não só em Angola, como nos países da União Europeia, perderam-se muitos empregos, empresas que fecharam, a economia retraiu-se bastante e isso acabou por refletir-se negativamente na vida das pessoas”.
Entretanto, enquanto a família do estudante Inocêncio Alberto de Matos pede justiça e os seus colegas tentam não deixar cair a sua morte no esquecimento, com homenagens na Universidade Agostinho Neto, que ele frequentava, o cientista politico Rui Kandove afirma que este reconhecimento, vem mostrar que “as forças da ordem devem trabalhar para o bem da nação e não para interesses de grupos” disse
O também analista Agostinho Sicato entende, no entanto, que o reconhecimento do ministro da Justiça é “é apenas para desviar as atenções” porque diz não acreditar “que a polícia tenha agido sem qualquer orientação”.
Enquanto isso, o funeral de Inocêncio Alberto de Matos depende a realização de uma autopsia credível e acompanhada pela família, de acordo com o advogado Zola Bambi, apesar de ter sido feita uma autópsia oficial.
Em várias universidades do país continuam a decorrer homenagens ao estudante.
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“Algumas unidades orgânicas da Universidade Agostinho Neto já fizeram as homenagens, o ISIA, o ISCED do Uíge e de Luanda, o ISOTIC, já fizeram e muitas outras vão fazer, não podemos ser coagidos quando em causa estão os nossos direitos, e nem podemos deixar de chorar o nosso companheiro porque alguns impedem”, disse Francisco Teixeira, presidente do Movimento dos Estudantes Angolanos.