Historial de corrupção "leva" Nyusi a pedir transparência em programa financiado pelos EUA

Presidente Filipe Nyusi participa no Forum Paz, Segurança e Governação da Cimeira EUA-África. Washington DC

Ministro da Economia e Finanças garante que o dinheiro do Millenium Challenge Corporation vai ser aplicado naquilo que foi projetado e de forma transparente.

O Presidente de Moçambique exigiu rigor e transparência na aplicação dos 500 milhões de dólares do financiamento dos Estados Unidos da América (EUA) para o projeto de conectividade e resiliência costeira na província de Zambézia.

Filipe Nyusi fez esta afirmação na cerimónia de assinatura do programa enrte a agência americana Millennium Challenge Corporation (MCC) e o Governo de Moçambique.

Em Maputo, analistas políticos moçambicanos dizem que apesar da exigência de Filipe Nyusi persistem dúvidas quanto à gestão destes fundos, tendo em conta o que consideram o historial de corrupção e ma governacao do país.

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O analista político e pesquisador do Centro de Integridade Pública (CIP) Ivan Mausse afirma que apesar de o acordo sobre a doação deste valor ser uma boa noticia para os moçambicanos, o país continua a fazer parte dos mais corruptos do mundo e, num contexto como este, as situações de desconfiança quanto à aplicabilidade destes recursos vão persistir.

Mausse considera o programa de desenvolvimento agrário, SUSTENTA, um dos exemplos de má governacao porque se provou que o mesmo foi concebido para beneficiar algumas elites políticas.

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O pesquisador do CIP não tem dúvidas, os 500 milhões de dólares doados pelos Estados Unidos não vão ser devidamente aplicados, realçando que "queríamos acreditar no contrário, mas evidências e o historial do país nos fazem chegar a esta conclusão de que os fundos não serão aplicados para aquilo que foi projectado".

Para o também analista político e economista João Mosca, o apelo de Filipe Nyusi é um discurso politicamente correto "porque não nos podemos esquecer que a corrupção, má governacao e desvios de aplicação fazem parte do sistema de governacao em Moçambique".

Entretanto, o ministro da Economia e Finanças garante que o dinheiro vai ser aplicado naquilo que foi projetado e de forma transparente.

O Pacto de Conectividade e Resiliência Costeira de Moçambique insidirá em três projetos inter-relacionados que visam promover uma forte inclusão social, de género, juventude, além de alavancar o investimento privado, incentivar a agricultura comercial através de reformas políticas e fiscais e melhorarar os meios de subsistência costeiros através de iniciativas de resiliência climática.