Hamas e dois outros grupos palestinianos afirmam que acordo de cessar-fogo em Gaza está “mais próximo do que nunca"

  • AFP

Um homem palestiniano é ajudado a colocar um corpo coberto no chão durante o funeral dos palestinianos mortos num ataque israelita na noite anterior, em Jabalia, no norte da Faixa de Gaza, a 21 de dezembro de 2024

Anteriores possibilidades de acordos de cessar-fogo entre as duas partes acabaram por falhar.

O Hamas e dois outros grupos militantes palestinianos afirmaram no sábado, 21, que um acordo de cessar-fogo em Gaza com Israel está “mais próximo do que nunca”, desde que Israel não imponha novas condições.

“A possibilidade de chegar a um acordo (para um cessar-fogo e uma troca de prisioneiros) está mais próxima do que nunca, desde que o inimigo deixe de impor novas condições”, afirmaram o Hamas, a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina numa rara declaração conjunta emitida após conversações no Cairo, na sexta-feira.

Na semana passada, tiveram lugar em Doha negociações indirectas entre Israel e o Hamas, mediadas pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, reacendendo a esperança de um acordo.

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Um dirigente do Hamas disse à AFP no sábado que as conversações tinham feito “progressos significativos e importantes” nos últimos dias.

“A maior parte dos pontos relacionados com o cessar-fogo e a troca de prisioneiros foram acordados”, disse o dirigente, sob condição de anonimato, uma vez que não estava autorizado a falar publicamente sobre o assunto.

“Alguns pontos ainda não resolvidos permanecem, mas não prejudicam o processo. O acordo poderá ser concluído antes do final deste ano, desde que não seja perturbado pelas novas condições do (primeiro-ministro israelita Benjamin) Netanyahu.”

Anteriores possibilidades de acordos de cessar-fogo entre as duas partes acabaram por falhar. Apesar das numerosas rondas de conversações indirectas, Israel e o Hamas só chegaram a acordo sobre uma trégua, que durou uma semana no final de 2023.

Desde então, as negociações têm enfrentado múltiplos desafios, sendo o principal ponto de discórdia o estabelecimento de um cessar-fogo duradouro.

Netanyahu tem afirmado repetidamente que não pretende retirar as tropas israelitas do Corredor de Filadélfia, uma faixa de terra desimpedida e controlada por Israel ao longo da fronteira de Gaza com o Egito.

Outra questão por resolver é a governação da Gaza pós-guerra.

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Esta continua a ser uma questão altamente controversa, inclusive no seio da liderança palestiniana. Israel tem afirmado repetidamente que não permitirá que o Hamas volte a governar o território.

A guerra em Gaza já causou mais de 45.000 mortos, segundo dados do Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, dirigido pelo Hamas.