A Agência das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) revelou nesta terça-feira que existem 10 milhões de pessoas no mundo consideradas apátridas, ou seja, não têm nacionalidade.
Num relatório, alerta que essa condição tem efeitos muito nocivos nas crianças, provocando-lhes sentimentos de discriminação, frustração e desesperança que podem prolongar-se até à idade adulta.
Os menores contaram aos especialistas da Acnur que são tratados como estrangeiros nos países em que vivem.
Muitos deles descrevem-se mesmo como "invisíveis", "extraterrestres", "a viver na sombra", "cães de rua" ou "sem valor".
É frequente, ainda, serem-lhes negados direitos como a obtenção de diplomas académicos ou o acesso a diversos postos de trabalho.
No ano passado, o Acnur lançou a campanha "#IBelong#, visando abolir a condição de apátridas, através da concessão de nacionalidade a todos as crianças pelos países onde nascem.
A campanha pede ainda que as mulheres possam passar a sua nacionalidade aos filhos, algo que não acontece numa dezena de casos.